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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Mãe D'água

Por Gilvaldo Quinzeiro   Mãe D’água. Os antigos sabiam perfeitamente o que reverenciavam   quando diante     duma nascente d’água -   para eles uma linda moça de cabelos compridos a cantar! Sim, uma moça! Naquele tempo uma moça era tão respeitada, quanto uma nascente de um ribeirinho! Hoje quem respeita quem? – nem a nossa mãe biológica! Pois é... a   falta d’água também já presente nos salões de beleza, nos afogará na sede da nossa imagem perfeita! Na verdade, há coisas sobre nós que só vamos nos dar conta, quando a dor de parir não diminui nem com o mais   bonito dos rebentos! Por isso, esta seca é extraordinariamente necessária para todos nós. Ela nos ensinará pela dor, por exemplo, a nos colocar no nosso devido lugar! Quanto o da natureza, nós não devíamos jamais querer ocupar! E agora? Nas crenças populares há o mito da “Mãe D’água” que a modernidade fez questão de enterrá-lo. Como este, outros mitos em culto a natureza foram secando a medida que os ho

As primeiras décadas do século XXI e o pior do nosso passado

Por Gilvaldo Quinzeiro   Em síntese, o progresso é o seguinte: “muitos chapéus para poucas cabeças”. Este é um ditado caboclo, por isso mesmo é sábio e oportuno. Estamos chegando quase às duas primeiras décadas do século XXI, e nunca fomos tão parecidos com “o pior do nosso passado”. As alterações climáticas antes vistas só em filme de ficção, agora desabrigam milhões em todo o mundo,   e com a promessa de que estamos apenas no começo, ou seja, coisas piores estão por vir. A violência a começar pela doméstica é cada vez   mais presente que o pão sobre a mesa. É daqui que ela ganha ás   ruas transformando os homens em “novos deuses”, isto é, com poder de decretar a vida ou a morte! No Brasil as estatísticas falam em números que superam os dos países em guerras: nunca se matou tanto com o sentimento de que estamos paz! Amém? A religião, tão velha quanto à humanidade, renova apenas a forma de obter seus lucros à custa de uma “massa humana” cada vez mais desamparada! Mu

Este Einstein...

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Por Gilvaldo Quinzeiro   Quando Einstein   posou para foto com aquela língua para fora, ninguém sabia que ele, o gênio da relatividade,   estivesse   criando também   uma marca que tempos depois seria   seguido por uma nova geração – a que usa o pau de selfie! Tudo ficou   realmente relativo, ne? Pois é, posar hoje para a foto: se não é com a língua para   fora é fazendo biquinho.   Que lindo!! Mas Einstein fazia isso porque sabia da curvatura   do espaço-tempo! Mas hoje quem sabe para onde   fica a ponta do próprio nariz? Einstein só não sabia que, quanto mais a mão sobre a “coisa”, mais encolhido fica a coisa que hoje é substituído pela língua! Desculpa espelho meu!    

O problema de agora pode ser melhor que as soluções de amanhã

Gilvaldo Quinzeiro   O problema de agora pode ser bem melhor do que as soluções de amanhã. Só o tempo nos dirá em qual foto nos sentíamos mais bonito. O bom disso é saber que todo mundo tem problema, mesmo aqueles que só cuidam do dos outros. O problema pelo qual a noiva perde os cabelos hoje, pode ser apenas   o vestido. Amanhã, já sem maquiagem e de peruca,   poderá   ser o de   não conseguir mais remendar o tecido puído do casamento que arranjou! Que pena! Às vezes o melhor de nós se foi com todas as cartas de amor do passado, e o problema a ser enfrentado desta vez,   é o de se lembrar para quem! Hoje quem ainda escreve cartas de amor? Pode ser   que isso seja uma solução para amanhã não termos   o problema   que pedi-las de volta! Eu prefiro o problema em que se passava o   tempo todo redigindo uma carta de amor, mesmo que depois tivesse que rasgá-la! As noivas são sempre atrasadas, graças ao cabelo! Mais tarde,   valerá a pressa de tirar o vestido? Qu

As vozes e a resistência contra toda a lucidez imposta!

Por Gilvaldo Quinzeiro   O deserto é só silêncio quando se espera dele as palavras. Porém, de vozes os desertos nunca foram   mudos. Talvez por isso, os sábios, para as palavras   se fizeram de surdos, mas não para os desertos.   É aqui onde o próprio Jesus   Cristo dá prova a si mesmo – mais do que andar sobre as águas - ele caminha sobre as vozes que sopram dos desertos! Portanto, enquanto as palavras são amarradios, “as vozes” são sinais de resistência contra toda lucidez imposta! As palavras são Donas disso, ou seja, de nos impor   a sã consciência! Mas antes das palavras, vieram “as vozes”! Estas são barros e berros presentes em todas as criaturas! A palavra é o bordado. A voz, o pano.   A linha é a fronteira   que nos separa da loucura. Em toda a loucura as vozes abundam! De fato, na loucura são as vozes que reinam e as palavras sucumbem. É aqui onde os desertos interiores afloram, e o sujeito se despe de todas e quaisquer     palavras. As vozes dos dese

A seca e o diabo da nossa falta de saliva

Por Gilvaldo Quinzeiro   Não é mais uma reportagem lá dos rincões da África. Nem se trata   das velhas       imagens   dos rachados solos dos sertões nordestinos. Aqui no Nordeste a seca nossa é de todos os dias, pois, todos os dias temos que seguir em frente apesar de todos os dias secos -, a noticia que nos chega agora como enchentes -   trata-se   da   bruta seca que faz os paulistas economizarem até saliva! O estranho não é a seca em si, posto que, este é um fenômeno da natureza e que, portanto, é uma velha e indesejável conhecida da humanidade. O estranho é, aquilo no qual podemos vir a   nos transformar pela falta d’´água! Ora, estando nós   de “barriga cheia”, e ainda assim, passamos por cima dos outros estando ou não   no trânsito, imagine agora lutando por uma simples caneca d’água!... Estamos, portanto, diante de um cenário   aterrador. E como se não bastasse, os últimos “apagões” que deixaram às escuras uma grande parte da população brasileira – são sinai

O tempo e as estações

Por Gilvaldo Quinzeiro   Antes o verão era uma das estações do ano mais aguardada - sinônimo de mulheres bonitas e corpos sarados. E de fato ainda é   assim. Todavia, o que estamos vendo é o “verão dos arrastões”, especialmente nas praias cariocas. Se antes os garotos ficavam “tarados” e de olhos bem abertos   para verem as mulheres, hoje são capazes de se   rasgarem apenas para continuarem “cegos”. Que paradoxo! As drogas fazem o sujeito inverter as estações. E mais do que isso, ficar cego para   o próprio corpo! O Brasil onde as drogas reinam, tem como paisagem o inferno.    Meninos e meninas na condição de   velhos pobres.   Aqui as estações nunca se alteram: tudo é monótono com seu cheiro de bunda suja!   Em   Caxias, o verão também tem se apresentado   de cara feia. Velhos assaltos praticados por esguios garotos – de robusto só a arma de acesso fácil! O medo está estampado em nossa cara! Será que já nos acostumamos? Estamos às vésperas de mais um ca

A civilização das imagens X o nascimento dos bebês

Por Gilvaldo Quinzeiro   O nascimento dos bebês.   Diante de tantas mãos ocupadas; ocupadas com outros partos – o dos flashes -   nascer hoje significa   ouvir   antes da   pronuncia do seu próprio   nome, ser batizado com uma fotografia! Fotografia esta que a despeito da ausência de   mãos que amparariam o bebê – é acolhida pelo mundo inteiro! Que lindo, não? Visto por este ângulo, os bebês de hoje são mais bem recepcionados do que os de outros tempos. Ledo engano! A maquiagem do nascimento dos bebês de hoje, os tornam apenas frágeis “pintos pelados”! Tempos depois, aprenderão que adquirir pena, não é como revelam “as fotos”   dos seus pais! Tudo enfim, é duro demais! Que pena? Por outro lado, os meninos já “homens” não conseguem ser mais meninos. Os quintais, por sua vez, cederam lugar para “bolhas ilusórias”.   É aqui, isto é, nestas “bolhas ilusórias”   onde poderão ser gestados os mais terríveis e complexos de todos   os “engenhos” – o dos meninos assassi

A seca de agora é de quê, meu Deus?

Por Gilvaldo Quinzeiro   O nosso sertão sempre foi fértil de seca. O pau que aqui   ainda se   segura em pé   é o cipó ou é de espinho.   Até de nuvens nosso céu foi sempre escasso. Mas então por que tanta pressa e prece por chuva? A seca de agora, meu velho, é de homens! Por isso, as enchentes que tudo inundam só brotam escorpiões! O Brasil com sua política de “engolir sapos”   abortou todas as chances de se tornar um gigante.   Seguimos pequenos e sentados no próprio vômito! São Paulo que sempre alavancou o nosso   crescimento econômico, agora   temendo a seca, economiza a própria saliva. Tudo parou ou nada estava se movendo? A sensação do momento é a pior possível. E olhe que já tivemos tempos piores! Então por que só agora nos damos conta da seca? A questão é: sem “homens” também não há contexto. Tudo permanece grudado que nem barro   ao corpo. Somos porcos atolados em poças de lama a esperar o fim da estiagem! E a palavra? Só os gatos sabem que em temp

A santa ignorância que nos faz erguer apenas tempos curtos

Por Gilvaldo Quinzeiro   Quando as igrejas ruem   pelos mesmos   homens que as ergueram, então os sinais dos tempos   nos anunciam   que nos tornamos todos brutos. Não como os brutos que não rezam ou   não se   matam por deus algum, mas, como aqueles que se ajoelham   clamando aos seus deuses a destruição do outro! Que Deus nos ouça? As ondas de destruições de templos cristãos em países africanos, como a Nigéria, depois que a revista francesa Charlie Hebdo publicou a charge do profeta Maomé, têm se multiplicados. Ao menos cerca de 20 templos cristãos foram atacados. Isso sem falarmos na destruição de escolas e residências de cristãos. Claro que nestas horas, o procedimento mais fácil é: dá nomes aos culpados! Ocorre, entretanto, que os culpados também são todos “santos”, seja de que lado for. Ainda bem que Deus sabe que somos todos humanos, e que a nossa crença, qualquer que seja ela, não é suficiente para mover a nossa “santa ignorância”! A fé ainda é a melh

Aprendendo a ser feliz

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Por Gilvaldo Quinzeiro   A felicidade não é nada daquilo que a gente acredita ser. Ainda bem! Já pensou, a nossa dor de cabeça para escolher   a “melhor receita”? Se a felicidade tivesse um modelo a ser imitado, o sol seria o mais perfeito. Contudo, como se explicaria a existência da noite? Portanto, vale mais a felicidade de se conhecer   aos poucos, mas todos os dias, a buscar a felicidade ignorando quem em si   precisa ser feliz! Uma aranha complicaria sua vida, se resolvesse   como nós ser feliz na pressa e   sem ter a paciência de   tecer antes, os seus arredores!            

O cão e as amizades

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Por Gilvaldo Quinzeiro     As conversas   de porta de casa. Quem delas não   sente saudade? Parece ter sido ontem. Mas se analisarmos bem, as conversas de porta de casa, estas,     ocorriam de fato no “outro mundo” – naquele que acabou sem ao menos nos darmos conta! Sim, o mundo acabou! O que temos hoje é apenas dores de partos -   dá à   luz que é bom   - nada! Hoje, as conversas só acontecem (quando acontecem) na fila dos bancos, e o assunto é: “fulano foi assaltado ontem à noite”. “beltrano caiu no golpe do sorteio do milhão”. “O filho de sicrano morreu de acidento de moto”. Até os velhinhos da zona rural, que antes quando encontravam   com um outro conhecido, perguntavam: “compadre já terminou a planta de arroz”? Hoje, infelizmente, o assunto não é mais este!... “O bicho” pegou! Pois bem, nestes dias de diálogos curtos e suspiros profundos, o homem em “carne viva”, não ver a hora de ser substituído pelas máquinas! Não seria melhor pelos cães? Por falar e

Uma ilha. Quem não é?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Uma ilha.   Ao menos no que diz respeito, ao ato de emergir após uma gigantesca erupção vulcânica, somos todos   uma ilha. Ou seja, uma vez por outra, o fundo de nós vem à superfície.   E se eu disser que somos todos tão raso   a ponto de todo o nosso fundo ser tão transparente? Pois é... Às vezes numa simples conversa, uma “ilha” emerge de nós;   em alguns casos já “habitada”.   Freud chama este ato de transferência! Eu chamo apenas de “o polmo do fundo do pote”. Há tempos atrás, uma jovem me procurou para me relatar um problema. E nesta conversa, uma criança de 6 anos emergiu como uma ilha! Incrível! Mas é verdade. Há em nós uma espécie de “polmo” no fundo de cada um de nós que,  não só contem toda a nossa história, como também as nossas faces. Sim, ao longo de uma vida,   vamos perdendo e ganhando faces. A última desta, será aquela   diante da qual, ou sorrimos ou nos assombraremos! Por falar em face.   E quando a face atual já é a

O avesso é também um dos nossos lados!

Por Gilvaldo Quinzeiro     O avesso. Quem não o tem? O avesso do caminho de ida é o caminho de   volta. O avesso do gol do time adversário é a tristeza da outra torcida. O avesso da roupa é exatamente o lado que veste o corpo! Durante esses   dias, estamos vendo o lado avesso de nós mesmos. Lado este que sempre esteve presente em nós, assim como na roupa que usamos.   A inspiração para este texto me surgiu depois de ler uma matéria a respeito da crescente ocorrência de ataques a pessoas da religião muçulmano no Brasil, assim como também está ocorrendo pelo mundo. Há pouco tempo quem estava sendo atacado eram os nordestinos. Lembram? Pois bem, o que chamo de “avesso” é também   a tendência de agirmos pelo impulso, pela febre do momento. De sorte que, o   problema do nosso avesso, não é avesso em si, mas o nosso espanto sobre ele. Quem? Eu! Sim, todos nós neste momento somos o avesso!   Então, se isso que eu estou afirmando for verdade, não devemos atir

Nós, os urubus da nossa dor!

Por Gilvaldo Quinzeiro   A dor em si não o que nos difere, conquanto, seja esta inerente a condição humana. No tocante a dor, o que nos difere, no entanto, é a   forma de enfrenta-la. Entoar um   mantra enquanto a dor nos dilacera, é ir no fundo do nosso poço interior e se valer das nossas   próprias fontes. Eis um bom exemplo, de como se   aproveitar da dor! Ontem, enquanto fazia uma caminhada, cruzei-me com um amigo. E seguimos juntos a falar das nossas dores... Disse a ele em resposta a um questionamento, o seguinte: “às vezes nos tornamos o   urubu pousado numa estaca,     alimentando-se da dor outro”!   Pois é... Podemos também vir a ser o urubu das nossas próprias dores! Como assim?   - Não nos alimentando das suas lições!        

Vacas magras, imagens gordas?

Por Gilvaldo Quinzeiro   As vacas. Neste mundo de perdas incessantes de referencias, as vacas poderão nos alimentar na nossa fome de imagem! Esta é a boa noticia!   A má noticia é alimentarmos o desejo de sermos apenas “uma vaca pintada”! Veja só. Pelos caminhos do Ego, a coisa mais difícil são as comparações. É por isso que inventamos o espelho. Para Narciso, como sabemos o espelho era dispensável. E para as vacas? Pois é... Já neste século poderemos pisar em solo marciano. Mas quanto a chegarmos “dentro de nós mesmos”, quando? Somos feitos de imagem. Não de uma imagem qualquer, mas daquela batizada pela palavra! “Vaca” é imagem ou palavra?    

Que Noé nos avise cedo das tempestades tardias!

Por Gilvaldo Quinzeiro   O barco da “civilização”, diferente do de Noé,   não transporta todas as espécies, pelo contrário, exclui. E o que   acontece com os que foram excluídos? – ou morrem afogados ou nadam para chegar até a praia! Podemos resumir a luta atual   entre a “civilização ocidental e o terrorismo” com esta analogia. Ou seja, é impossível não se ouvir os gritos dos desesperados lhes fechando a porta, sobretudo,   quando os que se salvam do dilúvio já foram previamente selecionado pelo aviso da tempestade! Pois bem, o mundo agora se ver diante daquilo para o qual, nunca   se deveria   ter feito de cego!   A civilização e a democracia ocidental há muito tempo se fez   de “grega”. E esqueceu-se de “pensar” na inclusão dos diferentes! Todavia, este é um problema do mundo globalizado, e não apenas do europeu! Em outras palavras, todos os países poderão ser   alvos daqueles cujo “barco civilizatório” lhes fechou as portas! No texto de ontem, eu falava dos

Meu Deus, que invenção é o homem?

Por Gilvaldo Quinzeiro   O homem. Que engenhoca é esta? Para Protágoras de Abdera,   “o homem é a medida de todas as coisas”...). No meu ponto de vista, o homem é apenas “uma dose de cachaça”. Pois bem, a propósito desta discussão, isto é,   quem é medida de quem. Hoje pela manhã, quando   eu e um amigo conversávamos sobre Sócrates,   ele me disse o seguinte : “Sócrates pode ter sido uma “engenhosa   invenção”   de Platão”!   Tal afirmação me desceu o peito queimando como se fosse, uma daquelas “doses de pinga” -   bebida   só de um gole no pé   do balcão!... Sócrates, uma invenção de Platão? Deus que   me perdoe!     eu   jamais   questionarei     quem     o inventou. Logo agora que o mundo parece se transformar num caldeirão, eu prefiro usar o batom, ao   invés do   lápis para pintar a minha caricatura!.... Ui!  

A história de hoje, os redemoinhos de ontem.

Por Gilvaldo Quinzeiro   Os motivos das guerras são tão velhos, quanto o não interesse dos homens pela paz. Quanto mais se sofistica a racionalidade, mais brutos são os caminhos por ela traçados. Para onde marcham os “cavalos de batalhas”? Amanhã, quarta-feira (14), a revista "Charlie Hebdo" , vai às bancas com cerca de 3 milhões de exemplares, a tiragem habitual era só 60 mil, com a charge do profeta Maomé dizendo: “tudo está perdoado”! Que cada um reze para que, com ou sem perdão, nada   aconteça! Mas, voltando aos velhos motivos da guerra. De fato parece que nunca avançamos. A promessa de “terra prometida” também   foi ouvida por outros, e o momento da sua partilha,   agora se faz partindo a ferro as mãos!   Por um lado, eu vejo claramente os tempos medievos se aflorarem. E mais uma vez, a “fé” que nos sobra, nos seca os caminhos.   Por outro, eu vejo o desenhar de uma “nova mundialização” pautada na fartura   de uns, mas mantendo a escassez para   out

E se a realidade fosse "doce", degustaríamos o amargo?

Por Gilvaldo Quinzeiro     Se a realidade fosse apenas   “doce” como muitos gostariam, ainda assim, o nosso comportamento mais recorrente seria, o de não degustá-la. O enfrentamento da realidade, portanto, não é só um desafio, mas uma condição para   nela sobrevivermos. Foi assim nos espinhosos tempos da caverna, e por que não nos tempos de hoje? Os japoneses, como diz a reportagem   exibida no   Fantástico,   “ preferem se entreter com quadrinhos, e até mesmo “apaixonarem-se” por alguns personagens, a se envolverem com alguém do mundo real”. Será esta uma tendência da atual geração? – Eu acredito que sim! Em outros textos, eu já venho chamando atenção para este fenômeno. Inclusive, ainda que num tom de brincadeira, eu falo que “a geração de hoje não mais se “masturba”, pois, faz do uso do celular o seu substituto”! Lá no Japão, conforme a mesma reportagem há uma consequência visível desse comportamento: “a falta de bebês e o envelhecimento da população”! O mundo

Somos todos Átila, o Huno!

Por Gilvaldo Quinzeiro   O mundo fica cada vez menor. Só o nosso ego aumenta. Será por isso a necessidade do “pau do selfie”? – aquele sim é um pau grande! Pois bem, é neste contexto em que a nossa imagem não cabe mais   no espelho   que estamos pisando sobre nós mesmos. A intolerância é só um sinal do nosso narcisismo infantil. Ora, falar de ego inflado é chamar atenção para “o pão” que alimenta nossas verdades. Isto é, como não devorar o outro a despeito da sua palavra que nos causa fastio? Na verdade, para sermos verdadeiramente imparciais, o dito mais adequado para o momento não é “Eu sou Charlie Hebdo”, e sim, “somos todos Átilas, o huno esquartejando uns aos outros”! Veja a que ponto chegamos!   Será que os deuses pelos quais matamos, também estão com seus “egos inflamados”?   A civilização parece ter seus limites, principalmente,   em se tratando que esta é erguida sobre os escombros de outras. Será que estamos diante de um contexto no qual os que estão so

As cruzadas

Por Gilvaldo Quinzeiro   O pão e a palavra. Qual desses alimentos do “bicho” homem, o diabo não amassou? Deus criou o mundo pela palavra, o mesmo mundo que pela palavra, hoje   está ameaçado! Que o diabo não nos atente, diante do fastio que a palavra do outro nos causa! Nestes dias de escuridão na cidade luz, o mundo se viu encolhido   pela força da intolerância. A palavra dita  foi amassada. E o pão que alimenta “as verdades” se inchou demais!   Eis a questão: como viver do pão se a fome de palavra poderá nos levar a devorar o outro? Sim, muitas “cruzadas” estão em marchas!   Algumas em nome de qual deus é o Pai. Outras ainda sem o pai para o Nome! Pois é?...    

Homenagem às vítimas do atentado em Paris

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Por Gilvaldo Quinzeiro                                        Crédito: Velayudhan Bhuvana   “ O sorriso é mais forte que a violência ”, esta é   mensagem   da charge abaixo. Tanto a frase quanto a charge é de autoria do indiano Velayudhan Bhuvana n, colaborador da Revista Orizont Literar Contemporan , e que me foi enviada a pouco pelo colega romeno, Daniel Dragomirescu .   Por que a reproduzimos aqui? – Para, primeiro: demonstrar a nossa solidariedade as 12 vítimas do atentado terrorista em Paris. Segundo, repudiar   todo e qualquer ato de violência em nome de qualquer que seja a religião ou ideologia. Terceiro, para defender o direito a liberdade de expressão. Quarto, para dizer que a paz não é tão impossível que não se possa desejá-la! Viva a paz! Viva a liberdade de expressão!

Tudo agora é reality show!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Eis o dilema da tal pós-modernidade: agimos como se fôssemos   “desenhos animados”. Isto é, como se a nossa ação não estivesse sujeita a uma consequência. De modo que, a realidade é uma tela, e nós, meros espectadores das nossas atitudes inconsequentes.   Esteticamente nunca fomos tão parecidos como “bonecos”.   Mas como diz o ditado, “as aparências encanam” – sim, enganam! – no fundo, no fundo   é que somos todos aparentes! O dito acima é uma pequena introdução ao nosso texto de hoje, no qual vamos falar da nossa “perda” de noção da realidade (espaço/tempo) entre outras coisas que tais. Portanto, falaremos de   situação, “engraçada” para uns; “bizarra” para outros.   Enfim, neste texto vamos falar do reality show no qual se transformou a nossa vida cotidiana. A propósito, chamou-me atenção outro dia, um desses vídeos que são febres na internet. O vídeo era o seguinte, enquanto um sujeito estava dormindo esparramado numa cama, o outro, não se