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Mostrando postagens de agosto, 2014

A vida e suas medidas

Por Gilvaldo Quinzeiro   A vida é o abocanhar constante   das nossas ilusões!   É por isso que no moer dos engenhos não passamos de pobres “pintos pelados”.   Uma pena,   não perdermos   o orgulho que em nós se agiganta! Vale mais uma formiga que desconhece o seu pequeno tamanho, e ainda   assim,   trabalha sem parar uma vida inteira, a se imaginar do   tamanho de um elefante, e viver uma vida limitado a seu próprio peso! Um Bom Domingo   para se começar a difícil tarefa diária de nos tornarmos melhor!      

Da conversa deste pirão, o meu tempero!

Por Gilvaldo Quinzeiro     Quisera que o mundo todo na semana vindoura soubesse quão lindas   ficam as amanhãs de setembro com as flores do ipê amarelo!   Quisera ver neste e nos próximos finais de semanas israelenses e palestinos para além da faixa de gaza   plantarem juntos   a paz madura e duradoura! Que durem os corações moles dos poetas vivos! Que viva a poesia presente nas paixões cantadas em toda e qualquer   canção de amor! Que por amor se morra, mas que não se desperdice a vida com a dúvida de que não estamos sendo amados! Amanhã será   outro dia, sim!   Mas é agora a vida que eu quero plantar dos encontros, ainda que os desencontros estejam   também presentes lá por fim da tarde... Quisera   que a água pura para se beber não ficasse cada vez mais escassa, e que a nossa sede não   abundasse de tanta sujeira! Quisera que por estas terras dos canelas finas; dos gamelas e dos imbiras, a nossa   indiferença não corresse abundantemente   ao lado de um rio que ag

O APOCALIPSE DA NOSSA POLÍTICA: QUAIS SÃO SEUS SINAIS?

Por Gilvaldo Quinzeiro A campanha eleitoral entra na sua fase televisiva, e com esta a “engenharia dos marqueteiros”. É aqui, onde os jacarés deixam de ser contemporâneos dos dinossauros, e se transformam em novas espécies, alguns muito parecidos com o calango; outros, mais espertos, se tornam camaleão. Porém, em todos os casos, todos têm algo   em comum: o ovo   da nossa velha política! A nossa   velha política tão resistente quanto os jacarés, primos dos dinossauros. De sorte que, mudança mesmo só com um apocalíptico politico? Bem,  neste texto vamos tratar de alguns sinais que,   oxalá! Sejam estes apocalípticos, isto é, marquem o fim do modus operandi da nossa política tão nefasta quanto o que se espera do Apocalipse bíblico. Eis os seus sinais.   Primeiro sinal veio das violentas manifestações de rua. Foram estas manifestações ainda que momentâneas, nos fizeram acreditar que, enfim, “o gigante adormecido” acordara. Mas seu “berço esplêndido” o impediu de se l

Os deuses de hoje, e nós seus espantalhos!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Afinal o que somos do Cosmo: experimentos   ou apenas seus   excrementos? Desde Osíris no antigo Egito, o homem tem se perguntado por que existir, se a vida está a caminho da morte? Mas é exatamente no Egito antigo, onde a ideia de finitude não soava bem, razão pela qual   tudo que lá   se erguia era na perspectiva da eternidade.   Mesmo que esta   eternidade viesse pelo esforço dos escaravelhos ao   revolverem   seus   estercos! Hoje, o que seria a eternidade, quando tudo é tão volátil, e, para além desta volatilidade       nada se ergue? O dito acima é uma introdução ao que vou chamar aqui de ensaio sobre “os neo-deuses”. E com ela, uma reflexão acerca das deidades dos nossos dias. Primeiro, eu parto da premissa de que “o mundo acabou” , e com ele todo o nosso   panteon.      Que homem ainda está de pé a despeito dos seus deuses estendidos no chão? Segundo,   se chegamos   ao “fim do mundo”, faz-se necessário uma nova teogonia. Terceiro, em assim

EU QUEM? PENSO, LOGO, NÃO SEI

Por Gilvaldo Quinzeiro   Pensar que eu possa ser outro, como   de fato, é quase certo que   eu     seja exatamente aquilo que   eu nunca pensei ser -,     imagine quão estranho seja o   Outro que suponho ser exatamente como penso !   O que o dito acima significa dizer? Nada além do que eu não possa também ter pensado. Ou seja, pensar pode ser apenas como uma mão a se defender em vão   das moscas - , o melhor mesmo nestas condições   seria se passar por sapo!   Por que será então que   na nossa literatura infantil é o sapo que há de se transforma em príncipe? Ora,   o sapo é o Outro! E quanto ao príncipe? -Pense bem antes de responder!    

ENTRE A BOLHA E O ESPINHO, O PARTO DE OUTROS ENCONTROS

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Por Gilvaldo Quinzeiro   A vida não nos apresenta por inteira, mas de pedaços que se sucedem tais como aqueles que compõem uma bolha de sabão. Aqui ou   acolá, um encontro improvável; os desencontros são quase certezas   absolutas e   os reencontros, talvez.   O fato é que não fincar o olhar naquilo que já nos escapa é não conseguir viver para além do estouro de uma leve e tênue bolha que caracteriza a nossa existência para a qual,   no entanto,   as vezes   não passamos   de meros espinheiros. De sorte que, podemos nem estar   mais aqui, neste exato momento em que eu estou a inflar com palavras, este encontro possível! Uma parte de mim já se foi, sou outro neste instante e outro serei ainda se continuo a existir.   São Gregório de Nazianzo Ora, meus amigos, quantos de nós já não teve que inflar a si mesmo, quando ser bolha, se tornou ser   duro demais! Vivemos, pois, um paradoxo, ser bolha, a despeito de também sermos espinhos.   Eis que desse encontro fatal, isto é

Os ovos coros do século XXI: uma leitura urgente!

Por Gilvaldo Quinzeiro Estamos na segunda metade do século XXI. O século que foi anunciado como   aquele que   traria “o novo”. De fato, é inegável   a presença do “novo”, sobretudo, no que se refere as tecnologias e outras ferramentas que tais. Todavia, por outro lado,   “o velho” nunca se tornou tão grávido, e o mundo a ser parido não é tão diferente daquele em   que se opuseram os   persas e gregos ou   os romanos e    os cartagineses. Isto é, o   homem por seus interesses de domínio se petrificou – e o que vemos neste novo século são as eclosões   dos   “ovos coros”! Pois   bem, na Europa, berço da civilização ocidental,   vejo surgir antigas soluções como respostas as atuais crises, a saber, o recrudescimentos de grupos extremistas e até   fascistas. O resultado das eleições para o Parlamento Europeu é a fotografia de um contexto geopolítico cujo mapa é redesenhado com o mesmo pragmatismo dos antigos romanos. No leste europeu, as   suas   fronteiras ( Ucrânia euro

Em silêncio com meus desertos

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Por Gilvaldo Quinzeiro Hoje, enquanto caminhava pelos meus desertos, fiz da sombra espinhosa de um cacto o melhor abrigo para uma reflexão: que outro lugar seria tão fecundo para minhas feridas? –É nelas que repouso! Chegar até aqui é ter sido meu próprio oásis, como também meus escorpiões! Amanhã serei o orvalho em gotas espetadas! Viva todos os sonhos!

GRATO PELA SUA MENSAGEM!

Grato pela sua mensagem! De “ontem pra hoje”, o meu engatinhar me ensinou que, as coisas pelas quais eu possa me   erguer e   caminhar sobre as águas, estão dentro de mim, como também não estão fora aquelas que as percebo   como sendo   persecutórias! Tudo enfim, depende de como o nosso estado de espirito nos faz homem em cada momento! O que é um amigo, senão o Outro com que a nossa alma   se alia e se assegura! Isto é, algo da ordem que, em condições adversas,   poderia também ser   quem acreditamos nos perseguir? Ora, mas este tempo todo de caminhada juntos, só tivemos motivos para o fortalecimento da nossa amizade!   Muito obrigado! Por isso   sou grato a ela! Bem, o dito acima é uma introdução para a minha   mensagem de agradecimento a você, enquanto de pé posso expressá-la: “Muito obrigado por me ter feito feliz neste dia que pra é tão especial! Grato estou pelo modo pelo qual por você fui lembrado! Muito obrigado!” Do amigo Gilvaldo Quinzeiro

DE FRENTE AO PASSADO

Por Gilvaldo Quinzeiro O caminho que faço por mim e em mim é constituído dos retornos ao meu descaminho, onde aprendi a engatinhar na estrada do Outro, condição esta que me faz seguir em frente rumo aos lugares que já estive no passado, sem que estes se tornassem   presentes em mim. Sigo sempre em frente seguindo o “passado do Outro!”. O Outro que me deseja o futuro igual ou diferente do seu presente! O presente é sempre o “retorno ao passado”, e como neste estamos “engatinhando” – os mais intensos prazeres serão sentidos com e pela boca – ficar de pé, só com ajuda dos outros. E assim criamos como defesa as “ilusões de comermos o Outro ou de sermos comidos” por este  escondidos atrás da moita, aguardando o futuro que nunca chegará!...

O BEBÊ, O AMOR E O ÓDIO

O BEBÊ, O AMOR E O ÓDIO. Por Gilvaldo Quinzeiro O nascimento do bebê é de uma natureza tão avassaladora quanto o desespero de um náufrago ao ter que abandonar a segurança do seu barco e se atirar num mar revolto. Dito de outra forma, do corte do cordão umbilical até o seio da mãe pode significar uma eternidade para o bebê, tal   quanto para o náufrago chegar são e salvo em terra firme. O bebê é “o estranho e o desprotegido” desesperadamente em busca de abrigo;   um extraterrestre em visita à Terra em chamas. Sorte daquele que encontrar “seios, mãos e palavras” que lhe acolham e lhe “antropomorfizem”! Do contrário, não passará de um “germe” entre nós a provocar enjoos e fortes dores no “estômago” da sociedade. Aliás, quem quiser de fato compreender o mal-estar no intestino da sociedade há de volver até o útero do qual nos desprendemos para, como um náufrago, chegar em braços seguros(?). Dito introdutoriamente acerca do nascimento do bebê, e seguindo

A POESOFIA

Por Gilvaldo Quinzeiro Se eu não me tomar como fonte de leitura, como compreenderia as outras escritas das quais não sou eu autor? Se Freud, para criar a Psicanálise, teve que se afundar em si mesmo como fonte de leitura, isto é, na “coisa freudiana”, como nós outros, poetas, artistas, pensadores, bêbados   poderemos prescindir da escrita que borra em nós sem que a compreendamos primeiro? De que escrita se está tratando aqui? A resposta é: da “coisa” se rastejando dentro de nós tal como uma serpente à espreita do rato! A escrita da qual estamos tratando é filha da mesma árvore que fez brotar da cabeça de Isaac Newton a lei da gravidade ou da de Freud que concebeu o inconsciente, isto é, da árvore da intuição, e como tal é sim, empirista. Ou seja, estamos falando da escuta da “coisa” que antecede o ato de escrever. É também esta escrita que lambeu o instante em que Albert Einstein colocou a língua pra fora para borrar a cara do mundo! Assim sendo, torna-se imperiosa a