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Mostrando postagens de março, 2025

Para um aperto de mão: Para onde foi o mundo? Onde estão todos?

Por Gilvaldo Quinzeiro Imagine o uso das big techs pelos homens no mito da caverna citados por Platão em “A Republica”, como a confirmação de uma curtida com a digital de quem perdeu os “olhos” poderia significar a permanência da humanidade toda nas sombras! Ora, é por este prisma que temos que compreender o real perigo do nosso tempo: quem somos nós senão aqueles que, ao primeiro contato com a realidade se desintegrariam por completo, tal qual uma bolha de sabão com um sopro! O que seriam as big techs no tempo de Platão senão os conceitos limitantes? O que dizer dos novos conceitos e dos novos costumes de hoje que só nos fazem perder por completo a noção de realidade? Para onde foi o mundo? Onde estão todos? Essas são as tais perguntas que valem milhões! O que nos une ao tempo de Platão e ao tempo de hoje é a fantasia. Tanto lá como cá a fantasia é uma espécie de balão de ensaio, o problema não é só o balão em si, mas como  sair dele! Por fim, não espere um simples aperto de mão d...

Os atuais carnavais: sinais e leituras da sua não mais realização de catarse?

Por Gilvaldo Quinzeiro O carnaval naquilo que pode significar uma leitura do mundo real é perfeito! Não há nada que se compare ao seu feito.  Além de nos remeter a função de catarse na tragédia grega, tal como descrita por Aristóteles numa das suas mais famosas obras, “Poética”. A questão a ser levantada é:  os enredos das escolas de samba atuais ou das fantasias dos foliões estão a representar o mundo cuja catarse nos aliviaria da dor de não pertencermos à mundo algum, posto que vivemos em bolhas que não suportam sequer um sopro do mundo real? Ou será que o carnaval se tornou prisioneiro das mesmices que de tanto repetir se tornaram refrão das nossas pálidas vidas sem força para se vestir de quaisquer fantasias? Em “o nascimento da tragedia”, Nietzsche já se queixava da perda do vigor, dessa força de vontade, da qual a tragédia se nutria, por conta da prevalência do formalismo apolíneo sobre as coisas dionisíacas. Ora, o carnaval sem o cheiro, o fervor e o canto do povo, não ...