O baile civilizatório e o indivíduo barrado na entrada da porta
Por Gilvaldo Quinzeiro 1 – A civilização rejeita aquilo que é mais íntimo no indivíduo em nome do bem-estar de todos. E o que entendemos pelo mais íntimo no indivíduo? São seus desejos, odores, excrementos, agressividades, sonhos, etc. É como se recebêssemos um convite para uma ceia, com a orientação de que deixássemos a boca logo na entrada da porta. Ora, um convite desse no qual o indivíduo é obrigado a deixar de lado a sua voracidade, não pode ter efeito sem que se ofereça algo maior e melhor entronca – será? É aqui onde todos viram peixes em um lago farto de isca – motivo pelo qual vivemos todos enfartados? Pobre indivíduo ou pobre civilização? 2 – Sigmund Freud chamaria o dito acima de “O Mal-Estar na Civilização”. Algo assim se passa numa antiga fábula contada pelos nativos da região dos cocais maranhenses que, segunda a qual, uma certa vez, todos os cães de uma localidade foram convidados para um baile, porém, em sinal de respeito ao dono da festa e de seus convidados, nenh...