Os magros tempos dos bichos gordos
Por Gilvaldo Quinzeiro
Em tempo onde todos nós estamos em carne viva expostos aos
olhares espinhosos, ao fio aguçado das espadas ideológicas e ao emburramento das
almas, como mensurar o uso e adequação das palavras? É claro que me faltarão palavras
para isso!
Ora, primo, o pior da nossa crise não é nem a crise em si,
mas no que ela está nos transformando à medida que engatinhamos na busca de
soluções! Como por exemplo, facilitar o aceso ao uso de armas de fogo em nome
do combate a violência como tem sido defendido com unhas e dentes pelo novo governo
– isso é decretar a falência do Estado no que diz respeito ao cumprimento do seu
papel! Para ser sincero, eu não vejo isso como algo sensato e racional. Imagine
um fla-flu, em dia de decisão, no Maracanã lotado, e acontecer uma briga entre
as torcidas organizadas: bam! Bam!
Pois bem, ao contrário do que se tem dito por aí, o que nos faz
falta mesmo é de Ciência, mais exatamente as Ciências Humanas , diga-se Filosofia,
Antropologia, Psicanálise, Sociologia, História, a Literatura e outras que
tais. Que heresia a minha! Pois é...
Ver tanta gente do ‘bem’,
de uma hora para outra se inflar e vomitar tantos sapos engasgados é dolorido
pacas! Pacas é uma antiga expressão, pra não dizer” que porra é essa”!
Veja onde chegamos! Em Mato Grosso, um sobrinho mata a tia
arranca-lhe o coração e o leva para filha da vítima! No Maranhão, a mãe mata seu
bebê alegando não ser digna para criá-lo, e depois se entrega a polícia. Em Brasília,
uma outra mãe já havia amputado o pênis do próprio filho, de 9 anos, Ruhan
Maicon da Silva Castro, passado algum tempo o estrangula! Que diabo é isso?
Como eu tenho dito parafraseando Sigmund Freud, perdemos o
controle dos esfíncteres!
E olhe, eu não estou falando do caso do assassinato do pastor
Anderson do Carmo, ocorrido no Rio de Janeiro, crime no qual todos os seus
familiares estão sendo tratados pela polícia como suspeitos.
Para mim está claro uma coisa: espiritualidade é muito mais
do que se abrir igrejas em quaisquer esquinas no afã de salvar as almas, esquecendo-se
primeiro da sua!!
Por fim, o suicídio do empresário Sadi Gitz ocorrido ontem
em Sergipe na presença do Governador Belivaldo Chagas e do Ministro de Minas e
Energia, Bento Albuquerque, é o retrato grotesco de que chegamos ao fundo poço?
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