Covid-19: um milhão de mortos. E daí?
Por Gilvaldo Quinzeiro
O número de mortos pela covid-19 atingiu um milhão. E daí?
Na Segunda Guerra Mundial(1939-1945), tivemos mais de 60 milhões, não é mesmo?
Sim. Isso é um fato. Mas é pensando por esta ótica negacionista que enterramos
também as lições e as estratégias de combate a um inimigo, que nos faz aflorar
a cada dia os mais imbecis dos pensamentos. De modo que se os números de mortos
podem ser relativizados ou comparados que ao menos levemos em conta ao pior dos
males que poderá vir a nos acontecer: a idiotização dos seres humanos. O efeito
disso, então, será apocalíptico. Como não?
Para entender o que estou falando, é preciso lançar um olhar
não para além, mas para dentro das coisas. Incluindo a visão para dentro de
nós. É aqui pode morar os monstros apocalípticos, que poderão vir a nos
atormentar dias e noites. Todavia, insistimos apenas em olhar para fora.
As primeiras cenas das pessoas no ‘abre e fecha’ das cidades
neste contexto de pandemia, têm revelada coisas bizarras, absurdas sobre nossos
comportamentos. Isso vale para os frequentadores de bares, das orlas marítimas e
até mesmo das igrejas. Nem as lives
estão escapando das nossas bizarrices. Mas
enfim, são cenas que estão acontecendo e com muita frequência. Tais cenas,
poderão ser, espero que não, no ‘novo normal’.
Sim. Nós não estamos aprendendo, talvez, com a maior
oportunidade do século. Deveríamos, pois,
ao menos aproveitar o momento para nos perguntar: o que esta pandemia tem a nos
ensinar? Como podemos nos tornar melhores?
Enfim. Mas, não. O que insistimos em fazer, e de forma muita apressada,
é sempre culpar, culpar e culpar.
E daí? Sim. Um milhão de mortos pode não significar
nada, pois trata apenas de ‘mortos’. Mas quem pensa assim, eu duvido se ainda
permanece ‘vivo’!
Sim, meus amigos. Podemos estar assistindo o despertar de
uma geração ‘zumbi’. Com um detalhe: não se trata aqui apenas dos mais jovens,
mas dos velhos também.
Estamos nos tornando em algo caricato. Nada comparado com os traços humanos. E daí? Bem, uma caça
quando ‘acuada’, como diriam os caçadores, não há muita coisa a fazer senão
começar a feder.
Nós estamos acuados, cercados, melhor dizendo. E olhe que eu
não estou falando dos incêndios. Nem dos ciclones, que estão se formando por ai
cada vez mais de forma violenta. Enfim, é melhor mesmo já irmos nos
acostumando. Mais cedo ou mais tarde ‘o daí’ poderá bater a nossa porta!
Ufa!
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