As preces e a pressa pela casa-grande de hoje
Por Gilvaldo Quinzeiro
No passado, não tão distante, as elites brasileiras, se
orgulhavam de serem ‘devotas e senhores de escravos’. Isto é, com as mesmas
mãos, que recebiam a hóstia sagrada castravam os seus escravos. Era a Casa-Grande
se impondo, estendendo seus domínios tanto sobre os céus, quanto sobre o
inferno. O chicote era as bordas, o limite do mundo real – nada existiria para
além disso! Pensar ‘fora da caixa’, era um mal a ser combatido com o mesmo
vigor que com o qual se rasgava o corpo de um escravo fugitivo. Isso era manter
a fogo e a ferro a tradição, o que mais tarde, na república (dos coronéis) era
traduzido para “ordem e progresso”.
E hoje? Os rancorosos negacionistas, os
fundamentalistas entre os quais, bolsonaristas e fascistas, que marcham com
muita ‘sede ao pote’ podem ser identificados facilmente como
aqueles que têm seu DNA fincado nos pilares da Casa-Grande.
Em outras palavras, o Brasil pensado e desenhado por esta gente
(hoje no poder) segue a mesma arquitetura social, econômica e política dos
tempos da Casa – Grande. Ou seja, sob o jugo da mão pesada e excludente!
Observe as carreatas bolsonaristas e outras que tais. Gente
rica e branca. Gente da linhagem dos que não
gostam de se misturar com mais ninguém.
Amém?
A Casa—Grande de hoje se estica fazendo uso dos vastos
domínios das redes sociais. Aqui, nas redes sociais, o chicote está também a
serviço dos ‘altares’ – gente do bem - disposta a arrancar a cabeça do mal!
O que é o mal? O mal é sempre necessário quando o ‘bem’ se
alimenta apenas de preces apressadas. Não são as tais preces apressadas, que
transformam a todos em ‘sardinhas em lata?
Ora, os arautos da Casa-Grande oram apenas por si mesmos! Seus
semelhantes são aqueles pintados com a cor dos seus mesmos interesses. Poderiam
ser os de outra cor e interesses seus semelhantes?
Comentários
Postar um comentário