Que mundo abraça a vitória de Trump?
Por Gilvaldo Quinzeiro
A vitória esmagadora de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, mais do que um recado ao mundo, é a prova de que os “nós civilizatórios” se desataram por completo. Por outro lado, representa a frustração em carne e osso de uma grande maioria da população que prefere um “sabugo” a qualquer coisa que seja “o mais do mesmo”. Esse é um problema, que não se restringe aos Estados Unidos, mas é global.
Em outras palavras, falhamos! E falhamos no momento em que não deveríamos falhar. O mundo hoje se tornou um frágil guarda-chuva diante de uma avalanche de problemas que a política sequer desenhou uma resposta. Estamos à beira de uma guerra em escala global, mas este não é o único problema: os eventos climáticos, consequência direta da nossa irresponsabilidade, são bombas com efeitos cada vez mais devastadores!
O dito aqui explica por exemplo, porque os negros e imigrantes votaram em Trump, em que pese a sua ameaça a estes setores da sociedade norte-americana? Em parte, sim. Porém, há outras questões que jamais serão respondidas à luz dos conceitos e padrões que envelheceram face aos sacolejos do nosso tempo.
Há uma dissonância cognitiva que não é só alimentada pelas mídias sociais. A terra, como um elemento vivo, está “trocando de pele” ou de polo, se quisermos usar um termo do campo da geofísica. Lá onde se identificava onde era o “norte”, seja por quais motivos forem, este não se encontra mais lá. O nosso cérebro assim como a terra tem dois pólos. Pensar que somos imunes às mudanças pelas quais toda a terra está passando, é no mínimo “plantar “o homem de uma outra coisa...
O mundo não é mais o mesmo, e Lula, citando a nossa situação doméstica, deveria saber disso antes de dizer que ele “está de volta ao mundo”. Os que elegeram Trump querem uma resposta que, não só atenda as antigas demandas políticas, acúmulos de tantas promessas, mas nunca cumpridas, como também e por consequência disso, as suas reais condições de “carne frita”.
Sim, há entre nós quem não seja mais um de nós! Este é um dado assustador, não só porque se confronta com o nosso espelho, mas sobretudo porque não é sabido sobre o território dos seus desejos!
Fomos empurrados do precipício abaixo? Eis a questão para, sejam quais forem as respostas, já nos encontram com as vísceras expostas.
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