Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2025

Revisitando o mito Narciso: para não se afogar nas assombrosas declarações de Donald Trump?

Por Gilvaldo Quinzeiro O que as assombrosas declarações de Donald Trump, às vésperas de oficialmente se tornar   o 47º presidente dos Estados Unidos, quer dizer   ao citar a anexação do Canadá e da Groenlândia? Em quais águas a nova face do mundo é lançada?  Ora, as tais falas seriam consideradas no mínimo uma declaração de guerra, se o mundo ainda fosse “o mundo”, mas não é!  O mundo hoje, se quisermos, enfim, dizer alguma coisa sobre ele, temos que vê-lo como uma “bacia” na qual os bebês, os atuais líderes mundiais, disputam o mesmo espaço para o seu terceiro banho!  Pelo dito acima, e em nosso esforço de bem identificar as coisas, num gesto quase que desesperado para salvarmos a própria pele, somos obrigados a revisitar as perigosas e encantadoras águas do mito de Narciso, fontes nas quais a civilização atual ou o que ainda restou dela foi mergulhada.  Essas novas águas, nas quais o Narciso de hoje lança a sua imagem, e com ela se afunda, são o...

O pão nosso de cada dia ou a cada dia o nosso pão?

Por Gilvaldo Quinzeiro Somos todos individualmente ou coletivamente, Sísifo, isto é, repetimos o peso das nossas tarefas acorrentando-se a elas! Porém, a questão não é sermos Sísifo em si, mas no modus operandi de tentarmos escapar dessa condição: é aqui que nasce uma outra condição, não necessariamente melhor do que a primeira, ou seja, da condição de Sísifo, e  que também reverbera no individual e no coletivo, a ficção! Ficção, o imagético coletivo ou a matrix, é disso que estamos falando! Ou seja, um outro tipo de prisão que, não obstante, seja forjada no esforço de nos libertar das agruras e do cansaço da vida diária, nos repete o modus operandi de Sísifo. Ora, não há como se compreender aquilo que chamamos de o mundo real, sem fazermos conexão com o que produzimos e colhemos no nosso esforço individual ou coletivo de tornarmos as condições desse mundo real, amenas. A ficção ganhou carne e osso, e mais, conquistou aquilo que chamamos de “mundo” para si mesma; e nós nos tornamos...