A farsa e o fascínio pelos sonhos dos outros na era Trump

Por Gilvaldo Quinzeiro

Não há nada que acontece hoje que já não tenha sido testemunhado pelo Sol nalgum lugar do passado; quer tenha sido na Mesopotâmia, quer tenha sido no Egito; quer tenha sido na Grécia ou quer tenha sido em Roma. Em cada um desses lugares, os homens se sentiam elegantemente e em defesa do bem, mesmo tendo que rasgar a tripa dos seus adversários pela ponta de suas lanças!

E por que seria diferente hoje com os Estados Unidos da América? Os Estados Unidos, os mesmos que muitos têm na conta de uma “nova terra prometida”, há 160 anos, quase ontem se formos comparar o tempo decorrido da existência das primeiras civilizações como a mesopotâmica e a egípcia, por exemplo, terminavam uma das mais sangrentas e vergonhosas guerras, não contra uma nação estrangeira, mas contra seu próprio povo -, em que um lado, digo, compatriotas,  não abriu mão de , mesmo tendo que perder  a sua,  para usar  aqueles que,  pela força bruta  foram forçados a se tornar seus “cavalos de cargas”!

Muitos dos imigrantes que hoje são obrigados a retornarem para seus países de origem algemados, um dia embarcaram num sonho – num sonho em que os Estados Unidos seriam o paraíso - não leram a história! O que estamos assistindo nas primeiras semanas do governo Trump?

Ora, caro leitor, não é preciso recuar muito no tempo para reconhecer que os Estados Unidos de hoje são muito parecidos não só nos gestos, tipo aquele feito por Elon Musk na solenidade de posse de Trump -, com a Alemanha expansionista e xenófoba, do final da Primeira Guerra Mundial. Quem leu a história sabe que isso tem outro nome!

 O que vemos hoje, e que a história também já testemunhou, é um claro esgotamento da “civilização” ou da ordem mundial desenhada no final da Segunda Guerra Mundial.

O que resta para nós? Ou a gente se sente uma américa-latina ferida antes mesmo que uma Groenlândia seja  anexada ou não teremos noção das cercas que separam  os quintais...