Tomando altura do tempo’
Por Gilvaldo Quinzeiro
Não se costura um rio, e nem se aplica remendo a ele. Há
coisas entre as coisas, que não se ‘arvorizam’, nem enquanto sementes ou
enquanto a nossa vontade de tornar as coisas ao menos
na condição de graveto; nem se tornam rio ainda que fazendo parte das nossas
coisas afogadas!
Em outras palavras, como diz o velho ditado, cada coisa em
seu devido lugar. Melhor que seja assim, pois, há muitas mãos se passando pelas
coisas, no exato momento quando a fome de levar para a barriga, frita a cabeça.
Um dia como hoje, sexta-feira santa, o caboclo, como meu
pai, e tantos outros – gente da minha gente -, tirava para ‘tomar altura do
tempo’! Ou seja, para fazer uma leitura das coisas utilizando-se das próprias
coisas para delas, ao mesmo tempo se tornar distante. O que no linguajar
filosófico significaria abstração. Sim, ao contrário do que se pensa, o
caboclo, mesmo quando fazendo um simples risco no chão sem se dá conta de que
risco é aquele, ele está pensando, e muito!
Pois bem, retomando a esta antiga tradição. Isto é, de ‘tomar
altura do tempo’, eu digo que, voltamos aos tempos em que duas palavras, valem
menos do que ‘uma pedra nas mãos’!
Esta é a prova de que a palavra foi
transformada em coisa nenhuma!
‘Coisa nenhuma’, quando isso se refere ao âmbito da
palavra, da palavra que nada mais significa,
é porque o homem na condição de portador desta se transformou em pó.
Imagine isso em se tratando de uma acirrada e desesperada
disputa eleitoral, que é o que promete ser as eleições 2018 no território
brasileiro. Território brasileiro? Pois é, há coisas no Brasil que fazem com
que alguns brasileiros se sintam menos ou mais brasileiro do que os outros!
Mas e daí?
E daí é que uma pedrada em nome da direita ou da esquerda,
atirada em direção de quem que seja, representa o silêncio dos homens e dos
bons: este tipo de eloquência, não me representa, assim sendo, é bom que fica
claro, eu prefiro ter como amigos os que latrem!
Votar por ódio é a pior das respostas!
Aos que ainda pensam, vai uma alerta: não se torne pior,
quando nas piores das condições, o
melhor não é possível. Deixe as águas turvas baixarem... se forem somente as
pedras que sobrarem, escolha as que têm brilho!
Uma boa sexta-feira santa!
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