A realidade e suas teias



Por Gilvaldo Quinzeiro



Na teia de aranha. É assim que podemos nos referir o nosso esforço de entender os complexos tecidos, que constituem  a realidade. Em outras palavras, não há como evitar às condições de presas; o nosso agonizar de inseto. Quanto mais nos esperneamos, mais fazemos parte da teia e a reforçamos enquanto estrutura de prisão. Os cinéfilos chamariam isso de ‘matrix’!

Enfim, não há quem seja elegante ou quem mantenha o estilo reflexivo sendo esmagado pela natureza das coisas. Mas que coisas?

Ora, será por isso que no atual momento a língua, seja, a dos nossos Ministros de Estado, ver o caso de Damares Alves e a dos filhos do nosso Presidente, seja, a dos anônimos em suas redes sociais, ganhou tanta elasticidade muscular?

Que República é esta afinal?

De fato, este são tempos em que há mais coisas que as nossas mãos não possam alcançar e que as palavras, quase todas ditas no aumentativo, ainda assim, nada nomeiam.  Nestas condições, entretanto, a língua não passa de um músculo estendido à camaleão para capturar a presa: a teia onde a aranha do refletir, da abstração, do pensar foi ‘encimentada’.

Seja no que temos nos transformados, o fake new, por exemplo, é a mais peçonhentas das nossas criações.  Uma espécie de ‘sombra’, fantasmas, dos tempos dos antigos reis persas – armas usadas na guerra contra os gregos.

E  aí primo, de cócoras com os sapos ou preso na própria língua?






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