O novo normal e a nossa falta de barro amassado

 

Por Gilvaldo Quinzeiro

 

Quando as estruturas, que dão sustentação a normalidade, já não comportam mais nenhum ‘barro amassado’, embora tudo esteja visivelmente   esburacado, é sinal de que já não há mais nenhum edifício, senão a ostentação do seu desabamento. Ora, nestas circunstâncias, falar de um ‘novo normal’, pode até soar como uma parede erguida, mas esta estaria tão deslocada quanto uma bunda fazendo uso de um fio dental para se esconder. Ufa! Estamos todos deveras nus...

Em outras palavras, a coisa é bem mais complexa para se encaixar com qualquer lajota.  Talvez não haja nada parecido com o que sequer imaginamos. Tudo parece visivelmente obscuro. Uns tentando pescar inspirações em lata de sardinhas. Outros tentando tapar o sol com a peneira.

Lembra onde aquele Senador tentou esconder o seu patrimônio? Pois é... cada um é tijolo do seu próprio templo.

Mas, voltando a falar das estruturas, que dão sustentação a nossa normalidade, essas estão cada vez mais a exigir parafusos. Mas parafusar mesmo é o grande   problema, pois, tudo está tão frouxo, principalmente em tempo eleições que ‘porcas’ nenhuma serve – é que estas estão de olhos vidrados em outras coisas...

Pois bem, onde mesmo começou o século XXI?  Para alguns estudiosos ou não tão bem estudiosos assim, o século XXI deu o seu ar da graça mesmo neste ano de 2020.  Sim, o mesmo ano de 2020 que do ponto de vista dos calendários não começou! – mas sua presença, ou seja do século XXI, não foi anunciada por nenhuma revolução política ou cientifica – foi pela pandemia da covid-19.

Frustrado? Sim, eu também estou. Mas não nos afoguemos nas frustrações, pois talvez estas, não as ostentações das comemorações das nossas vitórias poucas convincentes, sejam, daqui pra frente, o barro a ser amassado para as nossas novas edificações.

Amém?

 

 

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