Na minha análise política: há muito mais ódio pela fé do que pelo bem do Brasil
Por Gilvaldo Quinzeiro
O problema de qualquer cruzada contra o mal, seja esta
travada nos tempos medievais ou nas ‘luzes’ dos nossos tempos, não consiste
necessariamente no mal em si a ser combatido, mas na fragilidade das raízes que
nos fazem acreditar que estamos fincados no bem. Neste sentido será em vão convencer
uma multidão já nas ruas, e no meio desta, muitos dos nossos bons e bem
intencionados amigos, de que não estamos travando uma batalha de natureza apocalíptica.
Sim, já está em curso uma batalha apocalíptica! Muitas
mentes estão seriamente alteradas, e, nestas condições, a ‘besta’ pode ser vista
em todas as faces, exceto nos olhos de quem cegamente a ver.
Em outras palavras,
não só os ares do nosso tempo exalam o cheiro de enxofre, bem como não há nada
no chão da nossa luta diária que não esteja também impregnado por este teor apocalíptico.
Enganam-se, pois, os mais sérios analistas políticos da
atualidade se se em suas análises a respeito de qualquer fato político, como
por exemplo a ameaça as instituições democráticas, que levou a recente prisão
do Deputado Federal Daniel Silveira(PSL-RJ), não contemplarem o fundamentalismo
religioso como um dos seus aspectos centrais.
Ora quem são aqueles que faziam coro contra a prisão do tal deputado se
não os que veem nele um arauto do bem?
Que bem? O bem que de
tanto ver o mal em tudo, no mal se transforma tão rapidamente também?
Sim, há um barril de pólvora em todos os lados, ares e
chãos. É possível que o pavio desta guerra apocalíptica à brasileira foi
finalmente aceso. Há um ódio pela fé
abrindo as novas trincheiras; há um ódio pela fé colocando Deus e lenha na mesma
fogueira!
O problema de se dizer uma palavra, não é o teor da palavra
em si, mas o contexto em que a mesma é dita. Da mesma forma que um espirro fora
de um contexto de pandemia não nos oferece perigo algum.
O problema de se brincar com o fogo, não é o fogo em si, mas
se no exato momento da brincadeira estamos banhados de qualquer combustível.
Não há problema algum em se criticar os ministros da Suprema
Corte. Há ali muitos problemas a serem criticados e corrigidos . A questão é o contexto em que se ver não
aquele ou outro ministro como vilão, mas a própria Democracia. Isso seria jogar a
bacia fora com a criança dentro.
Quem ainda têm ouvidos que ouça!
Amém?
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