A violência, a laranja política e o lado já podre da sociedade
Por Gilvaldo Quinzeiro
A ‘civilização’ é uma mera maquiagem, que esconde por algum
tempo a face monstruosa de uma sociedade. Quando aquela cai, é porque as vísceras
dos homens já atropelam os pés dos transeuntes pelas ruas. Todas as
civilizações ruíram assim: sem nós e sem costuras para estancar suas feridas
intestinais. E por que com a ‘civilização brasileira’ será diferente?
A leitura de Totem e Tabu, Sigmund Freud, em nossos dias é
mais do que necessária para compreendermos
que todo o processo civilizatório
nasceu em “lençóis sangrentos”, para, depois se instalar um sentimento de culpa
– pai/mãe de toda a nossa religiosidade ou de toda nossa ‘santa neurose’. Assim, não há, pois, como negar que somos
todos lobos disfarçados em pele de cordeiro! Amém?
A violência política, diga-se a fanática e brutal intolerância,
ocorrida no último final de semana, em Foz do Iguaçu, quando o policial,
cristão e bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, invadiu uma festa de
aniversário (com temática petista) e assassinou Marcelo Aloizio de Arruda,
tesoureiro do PT local, no momento em que este comemorava junto com amigos e
familiares os seus 50 anos de idade -, pode ter sido a senha macabra para
enterrar de vez a ‘civilização de brasileira’. O atirador, que foi também
atingido, segundo testemunhas, pretendia matar a todos. O que mais estará por
vir?
Em vídeo, a presidente nacional dos Partidos dos
Trabalhadores, Gleice Hoffman fez um apelo comovente “pelo fim da violência
política”.
Na verdade, para o bem de todos, é urgente e necessário uma
profunda reflexão a respeito dos rumos que a campanha eleitoral deste ano
poderá tomar. É precioso o uso da racionalidade e da imparcialidade para
avaliar o atual quadro em que chegamos. E mais do que isso: é preciso um banho
de civilidade em todo os brasileiros!
A violência, venha ela de onde for, revela o lado já podre
da nossa ‘laranja política’!
A nossa ‘laranja política’ está dividida; nesta condição
toda a ‘verdade’ falada por uma parte em que pese o dedo apontado para a Bíblia,
estará incompleta. E toda ação política sem a junção da outra parte é exclusão
pura!
Por fim, quem quer que venha governar o Brasil em 2023, e
para isso temos que assegurar a realização democrática das eleições respeitando
as urnas eletrônicas, vai precisar juntar o ‘bagaço da laranja’. Isso será a difícil
tarefa todos!
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