A xícara política e o meu café com psicanálise


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

A Política como tudo que há no mundo é tal qual uma xícara, isto é, tem dois lados. Nisso não reside nenhum problema! A questão é quando o lado de dentro ou lado de fora decide ser uma outra coisa – aí o bicho mostra a sua cara feia – a ‘asa’ da xícara que até então se comportara como dela se espera, resolve para espanto de todos fazer voo solo! Um estardalhaço, digamos assim!

É neste estardalhaço em que a xicara por decisão da sua ‘asa’ em voo tortuoso ameaça cair e servir de trempe em que se ferve o café que estamos tendo que lutar em vão contra o aparecimento brutal da nossa outra face – o lado de dentro que nunca foi convidado a participar de banquete algum! E quando isso ocorre é porque o cardápio a ser servido no próximo banquete poderá ser recheado de ‘cabeça dos nossos inimigos’, entre estas, a nossa!

O dito acima é uma introdução ‘psicanalítica’ ao obscuro cenário que já precede às eleições presidenciais no Brasil. Obscuro não considerando a clareza das pesquisas de intenções de votos, mas pelo ambiente cinzento e cavernoso em que as raposas disfarçadas de defensores do galinheiro tentam criar as suas falsar narrativas. É aqui que a ‘xicara política ‘ precisa ser observado com muita cautela antes de a aproximarmos da boca.

 Pois bem, se levarmos em conta para início de conversa, os dois atentados a ‘bombas de fezes’ lançadas pelos apoiadores de Bolsonaro aos comícios de Lula; o primeiro em Minas Gerais e o segundo no Rio de Janeiro, salvo engano – pode-se pensar na merda que estará por vir ao longo da desta disputa eleitoral. E, por este fétido começo podemos constatar   como nos diria Sigmund Freud que “ perdemos o controle dos esfíncteres”!

A política nossa de cada dia em que pese tantas ‘preces e bênçãos’ não evitou a fartura do pão que o diabo amassou – mas aquele que sacia a fome por comida – este ganhou misteriosas asas, e desapareceu!

Na verdade, as condições de acirramento político em que vivemos expõe as nossas vísceras. Isso sem falar que há muito tempo já estávamos em ‘carne viva’, onde as palavras perderam seus acentos, virgulas, pontos e significados. Quanto ao cérebro, que coisa rara entre nós!

Estamos carentes de um Leonel Brizola, Mário Covas, Ulisses Guimarães e até mesmo de um Mário Juruna – éramos felizes, e não sabíamos!

Hoje o Brasil real, o Brasil profundo onde a política tem que dar conta daquilo que se espera da política, ou seja, do pão sobre a mesa; da luta pela inclusão social; pela geração de emprego e pela educação e saúde para todos, foi substituído pelo Brasil que luta por uma agenda apenas de costume.  Meu Deus? Não o seu!

Por fim, voltando a falar psicanaliticamente sobre a nossa ‘outra face’.  O que mais temos são faces ocultas. Todas estas reivindicado a melhor parte do espelho. Mas aquela em que, quando se revela o nosso ‘demônio interior’, esta, como sempre não é a nossa, mas a do OUTRO!

Amém?

 

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