A velha angustia do viver e os novos desafios de não sermos porcos
Por Gilvaldo Quinzeiro
Sobre o homem a equação é a seguinte: a sua boca antecede, e
muito a palavra, mas esta por mais que seja dita na intenção de domar o mundo,
não engole a boca! A importância disso é que a boca do homem é ‘parente’ de
todos os bichos, incluindo daqueles sobre o qual há absoluto silencio!
Bem, o dito acima é uma introdução a respeito da permanente
crise da condição de sermos homens. Estamos nos cansando desta condição? A
pergunta é mais assustadora do que a resposta, porque qualquer que seja a
resposta a esta pergunta, não esconde a boca de jeito algum.
No Japão, um homem gastou a quantia de R$ 72 mil para, ao
menos em fantasia, se transformar num cão da raça Border Collie. Será este o
modo de fugirmos da angustia de sermos homens?
A fantasia de ser cão revela ao menos que ainda não perdemos
o interesse de estarmos próximos dos homens, o problema é quando o nosso
contentamos pelos ossos se esgotar, e, então tivermos que lidar com a fantasia
de sermos como os porcos – é claro que não há falta de exemplo entre nós a
respeito desta condição!
Penso: será que isso não é um sinal de que já estamos sendo
substituídos em pés, mãos e cérebros pela inteligência artificial – mãe da
nossa total falta de imaginação?
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