Quando os homens são de barros, também seus deuses e pátrias. Uma reflexão sobre o Brasil das ‘joias
Por Gilvaldo Quinzeiro
Quanto mais eu olho a cena política contemporânea do Brasil,
mais vejo os homens, ainda que de farda (em seus quarteis) ou de joelhos (em
seus templos) - de barro! - essa é,
pois, a verdade revelada em que pese o desejo que esta fosse outra!
Nunca no Brasil se
pregou acerca da ‘verdade’ como em nossos dias, mas pouco se esperou que esta
pudesse não ser como o ‘ovo’ do qual muitos afirmaram ser a galinha, em vista
disso há muito mais palheiro do que agulha... Ou raposas à espreita!
Afirmar que os homens são de barros, a despeito da
ostentação das suas joias e medalhas, é dizer que em certo sentido não nos
afastamos dos sumérios ou dos egípcios. Ou seja, somos pobres homens nos
fazendo passar como conhecedores dos desígnios dos deuses, sendo estes também feito
das nossas babas e arrogâncias!
Cada vez mais, à medida que as investigações levadas a cabo
pela Polícia Federal (PF), revelam que o Brasil de “Deus, Pátria e Família” a
despeito do seu suposto glamour, é feito do mesmo barro do qual somos feitos
todos nós. E o que o céu não está tão próximo assim como muitos acreditam. Pelo
contrário, muitos foram pegos de mãos e pés atolados na lama comum – a lama da
qual a nossa imagem e semelhança são feitas!
O entorno do ex-presidente Bolsonaro se apressa para trocar
de roupa ou de cena. Mas é tarde demais: enrolaram fé com os pés de quem não queriam
mais pisar no chão! ...
Que me perdoem os deuses feitos de nós mesmos, mas aqueles
acreditam que a terra é plana, estes terão mais dificuldade de, no frigir dos
ovos, encontrar um lugar para se refazerem dos seus degastes mentais e teológicos!
Amém?
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