A puta angústia de querermos ser tudo


Por Gilvaldo Quinzeiro 


1 - A questão a ser respondida com urgência hoje é a mesma que os homens da pré-história , presumo , sequer formularam: quem somos nós?


2 - Essa é uma questão urgentíssima sobretudo pela falta de cemitérios, seja aqui pela expansão dos tóxicos negócios, seja em Marte, solo sagrado de ninguém.


3 -  Mas também pela falta de braços dispostos ao abraço e a acolhida do outro.


4 - A Terra, moradia plural de todos os bichos e de todas as  insinuações,  não suporta mais aqueles que,  sem ao menos conhecerem  a si mesmos,   destroem tudo com tanta rapidez sem  sequer terem tempo para suas digestões - mas tudo isso pra quem? 


4 - A certeza é que ofendemos tanto aos insetos, senhores das suas vidas, quanto a nós ,  escravos da nossa  santa arrogância.


5 -  A outra certeza é que fizemos todas as guerras, algumas destas, não menos sangrentas, mas em nome de “ Deus”. Outras tantas, sem anéis nos dedos, mas  em nome de reis , sem falar naquelas outras guerras ,  que foram feitas em  defesa da  cor da própria  pele.


6 - Mas quem somos nós?


7 - Hoje somos atravessados por um novo tipo de angústia: a do não pertencimento diante da falsa sensação de que  podemos ser tudo. 


8 - Tudo, tudo, exceto nós mesmos!



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