Assim me falou uma borboleta
Por Gilvaldo Quinzeiro
1 - Estamos todos, homens, insetos, plantas e animais fazendo parte do mesmo tecido do qual somos apenas as suas cores e costuras. Não estamos nem acima e nem abaixo dos outros seres, apenas não os contemplamos no mesmo espelho em que a nossa face transborda.
2 - Todas as coisas estão em permanente conexão. Tudo pode se tornar um “vizinho” do qual podemos lhe bater à porta em busca de informações .
3 - Uma borboleta é mais do que uma borboleta.
4 -Em outras palavras, tudo são significantes. Ou seja, pode ser conectado ou capturado pelo inconsciente, que é estruturado pela linguagem.
5 - O dito aqui alarga o conceito do significante lacaniano, bem como do seu conceito de inconsciente estruturado pela linguagem?
6 - Seja lá o que for, o significante lá onde este topográficamente habita, estar “vivo” assim como um inseto na ponta de um graveto. O significado é a sua “morte” , assim como o peixe pescado.
7- Será que foi isso que o filósofo Nietzsche quis dizer ao falar de que “ Deus está morto”?
8 - Nós, os homens, pescadores de si mesmos, nos contentamos apenas com os significados.
9- Logo, não somos pescadores das coisas vivas ( o significante), mas das coisas mortas ( o significado).
9- O que todo esse percurso narrativo nos diz: somos figurinhas mortas , quando a experiência do viver nos afasta da conexão com o tecido do qual somos apenas suas cores ou costuras.
10 - Uma pedra é mais do que uma pedra.
11- Por fim, não suportamos ver no mesmo espelho em que nossa face transborda, um inseto fazendo pose para si mesmo também.
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