O afrouxamento dos nós, e a outra face do espelho!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Muito se tem escrito, falado, ‘gritado’ a respeito dos
acontecimentos políticos, econômicos no panorama atual, seja local, seja de
ordem mundial. Nunca os filósofos, historiadores e analistas das diferentes
áreas foram tão ouvidos como agora!
Cada um olha o mundo, como não poderia ser diferente, a
partir do seu ‘bote salva-vidas’ – estamos todos à deriva! –salve-se quem
puder!
Quisera que a crise fosse apenas de natureza política ou
econômica. A questão é muito mais complexa, e não se resolve com medidas ou
pacotes fabricados em gabinetes de caros assessores. Ou seja, não é com uma brilhante
campanha de marketing – prática recorrente – que se resolverão os problemas
atuais.
A crise é ‘civilizatória’, portanto, coloca em xeque toda
a nossa existência. Somos as dores e o parto desse mundo já esgotado físico e
mentalmente, porém, faltam-nos ‘parteiros’, homens como Sócrates para dá luz ao
‘novo’ cuja face nem todos terão coragem ou discernimento para contemplá-la.
Não é de hoje que vem falando da ‘seca de homens’!
Por outro lado, se repararmos bem há uma mudança vertiginosa
em curso, em especial no mundo dos microrganismos, por exemplo, as bactérias
estão ficando cada vez mais resistentes
ao uso dos atuais antibióticos. Isso tem sido divulgado nos eventos e
publicações cientificas.
O mosquito aedes
aegypti, ele sozinho, tem sido responsável pela mobilização de um verdadeiro
exército em seu combate, e nada! Ele continua soberano!
Ora, isso exige ao menos uma pergunta: e nós em quem
estamos nos transformando? Quem somos nós no meio das mudanças atuais? Seremos
capazes de resistir ao um mero ‘resfriado’?
Devemos, portanto, ter olhos e ouvidos para a ‘porosidade’
da nossa realidade. Precisamos ter a humildade para reconhecer os nossos erros,
e coragem para engenhar um recomeço.
Em outras palavras, o que podemos constatar é que do
ponto de vista do processo civilizatórios, que não passa de frágeis amarradios
culturais ou conceituais - os ‘nós’ foram todos afrouxados’, nada mais se ata
ou se segura em nada!
Tudo está perigosamente puído! O afrouxamento é tanto que
os grandes homens da Lei, integrantes da mais alta Corte do nosso Judiciário,
estão como se diz no ditado popular, ‘se queimando’ ao expor suas posições que
nada mais diz respeito à legislação, e sim, a pressupostos pessoais, e,
portanto, sujeitos ao escarnio público.
Os que antes eram os defensores da moralidade, quando do processo
de impeachment da Presidente Dilma, hoje são ‘ratos’ afogados no próprio queijo!
Que ‘diabo’ somos? Quem ainda se ver no espelho? Que face
é aquela de quem não mais se contempla?
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