O naufrágio da nossa sanidade: a loucura se tornou a realidade?



Por Gilvaldo Quinzeiro



Desde o dia 13 de janeiro de 2012, com naufrágio do navio Costa Concordia ocorrido na costa da Toscana, Itália, e que provocou a morte de 32 pessoas, fato este que também ficou marcado pelo capitão Francesco Schettino ter sido o primeiro a abandonar o barco, antes mesmo de prestar socorro aos passageiros, eu venho observando uma sequência de fatos, que aponta para o despreparo emocional das nossas autoridades; sejam elas políticas, jurídicas, eclesiásticas, médicas, etc. Tais sequências de fatos, vão desde declarações desastrosas à atitudes comportamentais, que põem em risco a segurança e a vida das pessoas.

Em outras palavras, tudo indica que há uma alteração radical no comportamento das pessoa, e que aponta para o adoecimento da atual sociedade.  Situação está, para a qual, eu venho chamando atenção há algum tempo.

Casos de erros médicos; falhas na abordagem policial são registrados diariamente. Tudo isso provocado pela carga excessiva de tensão emocional, como resultado do exercício da profissão. As condições enfrentadas pelos professores no dia a dia de sala de aula, então, nem se fala: é cada vez pior!

 Porém, se observarmos atentamente a situação, vamos constatar que a coisa é mais grave que imaginamos. Em um estudo feito por uma pesquisadora da Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Driely Costa, em parceria com Andrew Grundstein, da Universidade da Geórgia, Estados Unidos, de 2006 a 2018 foram identificados 59 casos de crianças esquecidas pelos pais ou responsáveis dentro do carro, deste casos, 25 resultaram em morte por insolação.

Estamos diante daquilo que podemos chamar da perda do instinto maternal? Eis a questão. O caso por si só abre um sinal de alerta e requer um estudo muldisciplinar. É precioso também uma abordagem da Filosofia, Antropologia, Psicologia e outros campos do saber.

O caso recente do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em que o mesmo revela em uma entrevista que entrou armado no STF com a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes, e que depois cometeria o suicídio , não só expõe  o quão é perturbador o atual ambiente político-social no Brasil, como caem às máscaras daqueles em que se espera que estejam preparados para arbitrar os graves conflitos da nossa sociedade.   Uma situação, portanto, gravíssima, diga-se.

Não sei o que foi mais grave: se Janot ter arquitetado o plano de matar Gilmar Mendes ou se o fato deste ter tornado público a sua intenção numa entrevista, sem medir as consequências de tal revelação! De uma coisa não tenho dúvida, o barco está afundando, e salve-se quem puder, pois, o piloto sumiu!

Meu Deus!

O vídeo recente em que o Presidente Jair Bolsonaro aparece mais uma vez fazendo declarações desastrosas, uma espécie de ‘fogo amigo ou tiro no pé’, desta feita dirigindo-se a um apoiador da sua campanha com a frase “com este bafo não consegue emprego”, é simplesmente um ato revelador da sua condição doentia; do seu despreparo para conduzir uma Nação tão complexa como a nossa. Será que não há ninguém da sua equipe de assessoria, que tem ao menos ouvidos?

A coisa é grave!

Sim, estamos todos doentes! O ódio é o veneno, que nos cega, ensurdece e nos isola em ilhas ideológicas. Há um perigo real de passarmos a devorar uns aos outros!


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