Da série psicanálise & provocações (V)
A morte de fio dental. Que sedução?
Por Gilvaldo Quinzeiro
1- Nascemos todos pelados, mas nos preocupamos em vão, diga-se de passagem, com a roupa do enterro! Que paradoxo, não é mesmo?
2 - Quem é a morte, esta senhora que não poupou nem os faraós, estes que tanto primavam pela eternidade ?
3 - A morte , digamos assim, é o outro lado da moeda , assim como convencionamos a chamar um dos lados da roupa que usamos de o avesso. Em que lado fixamos a nossa face?
2 - É mais cômodo, entretanto, acreditar que só estamos vestido com o lado da roupa que agrada aos outros. Mas qual o lado da roupa que se cola ao corpo?
3 - A morte é o cós da nossa mais íntima vestimenta, um quase fio dental: “um salto para o mar revolto em plena festa de réveillon depois de uma discussão com uma pessoa amada”. Que coisa, não?
4 -Eis a morte se despindo para quem teme o nu?
5 -Pulsão de morte e pulsão de vida , freudianamente, os pares de opostos, a mesma face para diferentes sorrisos!
6 -Para a morte, assim como para o gozo, haveremos de estar sempre despidos! Que bom?
7 - O que importa? Nada!
8 - É mais fácil se viver morrendo com o medo da morte, do que se encher de vida como as mãos de dedos!
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