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Mostrando postagens de maio, 2024

O sapo das nossas tragédias. Lições da metafísica

As catástrofes climáticas, como as que presenciamos no Rio Grande do Sul, entre outras coisas, põem o homem no lugar do sapo. O problema, entretanto, é que o lugar que antes servia de habitat para o sapo, não está mais ali e nem acolá, aliás não está mais em lugar algum! E o que sobrou? Ou que o é homem no lugar em que nem mesmo sapo habita? Ora,  afirmar  que as catástrofes climáticas nos colocaram no lugar do sapo, não é aludir a natureza principesca do sapo presente nos contos de fadas – antes fosse -, mas é o contrário, ou seja, o homem é deslocado da sua condição de “majestade” entre todas as outras criaturas, e revela também  o que na visão do mais simples dos insetos sempre foi clara: o homem é o próprio sapo em pessoa!  Puta, merda! Sim, este é o homem atolado naquilo em que o dinheiro também nos oferece quando a própria natureza é o limite! As   avalanches de acontecimentos provocados pelo desrespeito a natureza são tão espantosas que não há espaço...

Qual a maior de todas as nossas tragédias, primo?

Por Gilvaldo Quinzeiro  Arrogância é o nome da nossa maior tragédia, essa nem com “chuvas de facas” é superada!  Há pouco tempo fomos atacados pela pandemia da covid-19.  E a nossa primeira reação foi negá-la ou nos dividir jogando uns contra os outros.  Os “homens de bem” se recusaram a tomar vacina,  e mais do que isso, se apressaram em declarar guerra contra a ciência! O vírus dessa mortal pandemia continua por aí a fazer vítimas, e nós continuamos a destilar ódio uns contra os outros. Conclusão: não aprendemos, e estamos em carne viva.  Não há defesa para um mínimo ataque que seja! A tragédia provocada pelas enchentes do Rio Grande Sul, diga-se de passagem, anunciada, é gigantesca em qualquer que seja as estatísticas, contudo, não supera nem de longe a nossa soberba. Mais uma vez, somos pegos cuspindo no próprio prato – na natureza antes de tudo e nas pessoas também por arraigados hábitos! O que falta vir?  Nestas últimas horas a terra tem sido “sa...

A racionalidade diante das tragédias. Como separar o barro da lama cotidiana?

Gilvaldo Quinzeiro    De Repente tudo é lama. Qual o “barro” em que se finca a realidade? O que é a realidade que precisa se alimentar tanto da ficção?  O dito acima é uma breve introdução ao texto abaixo recheado pelo barro das  nossas tragédias. Um esforço reflexivo , digamos assim , para,  se não dar nome aos bois, posto que estes perderam suas cabeças , mas  para chamar atenção para a urgente necessidade de separar o barro da lama. Ei-lo. Pois bem, separar o joio do trigo, a verdade da pós-verdade, o homem do pós-homem, a modernidade da pós-modernidade , tudo isso circunscrito a uma só coisa: a realidade, que nos escorrega. Entretanto , não bastasse o grau de complexidade que é dar  conta do imponderável, uma das tarefas mais árdua hoje do ponto de vista da racionalidade, é,  em  que status colocar a mentira, diante daquilo que  hoje se convencionou chamar de fake new.  Ora, a estupidez das transformações na qual nos encontramos...

A pedagogia das tragédias, e as novas espécies de urubus

Por Gilvaldo Quinzeiro  Os tempos são de completas  escuridões, e as tragédias, como as que estão ocorrendo no Río Grande do Sul, reveladoras dos detalhes macabros. É preciso, pois,  muita atenção ao que não aparece no nosso primeiro plano de visão. É necessário uma leitura mais apurada dos espantosos acontecimentos! Por exemplo , há entre nós quem não seja mais humanamente um de nós! Eis o que também as tragédias do Rio Grande do Sul têm revelados. É claro que, para o bem de todos ,  temos anjos!  O esforço de solidariedade de várias partes do Brasil e de vários setores da sociedade, revela isso. Contudo, estamos também diante de monstros que saqueiam , abusam e disseminam o caos. Mas não só estes. Há entre nós aqueles monstros disfarçados de cordeiros , e que se utilizam da audiência de seus milhares de seguidores para propagarem ódio e mentiras - para estes o que interessa é,  o quanto pior,  melhor! São estes uma nova espécie de urubus, com todas a...

Prosperidade! E o parto dos homens?

Por Gilvaldo Quinzeiro  Estamos em pleno trabalho de parto, meus filhos , mas ninguém se preparou para ser a  parteira! E o que temos feito afinal? Nada além de  nos esfolarmos para ser o pai de uma coisa chamada de prosperidade! Sim, nesta sociedade regidas por coach, todos padecemos de  algo em comum: a loucura de termos pretensão de ser a luz do mundo! Mas , o mundo é como uma cobra, assim como nós, isto é, muda de pele de tempos em tempos. Não há remédio que recupere  a pele que já se desgrudou …É como o rio de Heraclito no qual não se banha duas vezes! Para que mundo pedimos as nossas preces? Por quem nos ajoelhamos, se temos dúvidas para onde foi a nossa cabeça? Do que vale pregar a teologia da prosperidade que tanto inunda hoje os templos sem cuidar verdadeiramente  da alma dos homens?  Estamos todos loucamente atrás de receitas milagrosas disso e daquilo. Nunca fomos tão ávidos por milagres! Mas enfrentar a própria dor, esta tem sido a maior de...

Sim. Freud tinha razão. As nossas tragédias no divã

Por Gilvaldo Quinzeiro  Enquanto um rio se afoga,  poucos pensam. A maioria arrota suas visões de um mundo despedaçado “ pela força da grana” . E uma onda de  impropérios invade os templos , as redes sociais - moradia também das famílias do bem! Que diabo é isso ou aquilo? Uma multidão de joelhos a posar para a foto mais curtida! Enquanto, os mais afortunados da fé, espalham a febre das fakes news!  Não,  irmãos. Não é a Babilônia, antes fosse! É a seca de homens - a maior de todas as nossas tragédias que nos abate desde  os últimos dez anos! Freud, seria amado hoje não pelas suas explicações, tão assustadoras como os ciclones que arrasam o Sul, mas por ser o único a saber  ouvir , o que se diz não mais com a palavra - mercúrio em nossos rios - mas com a carne viva! Sim, os homens não só perderam  a capacidade da fala, mas a pele , o único interdito entre as coisas pulsantes e o  mau cheiro das nossas vísceras. Em outras palavras, também freu...