Cadê os homens, primo? Que circunstância é essa que não podemos nos comparar com uma aranha?


Por Gilvaldo Quinzeiro

O homem, no seu imenso orgulho de querer pertencer aos céus, pode até não se comparar a uma aranha, posto que não se reconheça como um bicho qualquer. Quanto a aranha, presa ao seu trabalho tecer, não faz nenhum gesto de querer imitar o homem, por isso mesmo permanece em comunhão com as coisas telúricas. Contudo, a finitude de ambos, os colocam na assombrosa teia onde cada um é lançado a dar conta de si mesmo!

Um homem esmagado pelas circunstâncias, diferente do que este possa ter pensado acerca de si mesmo, não vale mais do que uma aranha, além do que, são nestas circunstâncias que a teia da vida se coloca claramente aos nossos olhos!


As circunstâncias atuais do mundo, não são boas para nenhum homem, e muito menos para uma aranha!

A situação atual da Síria, por exemplo, na qual uns festejam a derrubada de Bashar al-Assad, hoje em asilo político na Rússia, enquanto os mesmos que estão a festejar o curso dos acontecimentos, estão impiedosamente a destruir toda a estrutura “civilizatória” da síria, é um claro sinal de que chegamos a um perigoso estágio onde o “bebê está sendo jogado junto com a banheira”.

É claro que essa é a mesma situação de Gaza, no Líbano, na Ucrânia: o que se ver é pavio de pólvora se alastrar pelo mundo em nome da “civilização” que, pasme, cansou de si mesma e esmaga a própria cabeça.

O que nos falta hoje? – Homens!

O contexto da Segunda Guerra Mundial (1939- 1945), a despeito das novas invenções e das novas tecnologias bélicas, não pode ser compreendido, seja pelo lado dos derrotados, seja pelo lado dos vitoriosos, sem que se leve em conta a força das palavras como arma do convencimento! E neste caso, é preciso voltar à cena daqueles dias, para ouvir o que disseram em alto e bom som, seus 3 principais líderes, cada um com seu estilo; cada um dirigindo-se a seu povo atropelado pela própria história; cada um se pronunciando pelo prisma de seu “fio dental”: Churchill, Hitler e Stalin.

A segunda guerra mundial, portanto, colocou a palavra como centro. E se fosse a imagem como nos tempos de hoje quem a teria vencido?

Esses três líderes “vestiram” com suas palavras, os homens e as mulheres do seu tempo, quando todos se encontravam “despidos” de perspectivas, de sentido, tal como descrito no conto “Roupa Nova do Rei”, de Hans Christian Andersen.

A palavra é como o fogo, o seu uso, mais do que necessitar dos ventos, precisa de força e direção!

"Se nós falharmos, então o mundo inteiro, incluindo os Estados Unidos, incluindo tudo o que conhecemos e prezamos, afundará nas profundezas de uma nova Idade das Trevas." Winston Churchill.

"Deutschland erwache!" ("Alemanha, desperte!"). Adolf Hitler.

"Não há terra para nós além do Volga!" Josef Stalin.

As palavras acima foram ditas por  homens que, mesmo “esmagados” pelo peso das circunstâncias, captaram a teia dos acontecimentos, de sorte que, se não deram conta de si mesmos, se comportaram ao menos como uma laboriosa” aranha” a tecer  conforme a linha e o tecido das circunstâncias!

 


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