“Os idos de março” e o Brasil do mês de abril: queremos a morte de quem?


Por Gilvaldo Quinzeiro

Parece a República romana no contexto da conspiração que levou o assassinato de Júlio Cesar  em março de 44 a.C. Segundo relatos históricos, César foi avisado por um adivinho para que se acautelasse no dia dos “Idos de Março”, mas não é. Trata-se do Brasil de hoje, movido por tanto ódio e a trama para assassinar o presidente Lula. Há vasto material sobre isso.

A fala do Deputado Federal Gilvan da Federal (PL—ES),  no dia 8 de abril, em que o mesmo expressou na Comissão de Justiça, da Câmara Federal que “quer a morte de Lula”, não pode ser considerada como um ato falho. Isso não foi dito por uma pessoa comum enquanto estava sentado no vaso sanitário – foi sim um pronunciamento de um Deputado Federal e Relator de um projeto, que visa “o desarmamento da equipe de segurança” do Presidente Lula! Projeto este que foi aprovado na Comissão de Justiça, pasme!

A Câmara Federal se tornou nesta atual legislatura um ambiente de ódio. É claro que tal atmosfera revela o descontrole emocional e o adoecimento mental da sociedade atual. Esse é um outro aspecto que nos faz lembrar de Roma Antiga, desta feita, do Império, e de modo mais específico da figura   Calígula, e do contexto em que este nomeou seu cavalo Incitatus a Senador!

Sim, o descontrole emocional e o adoecimento mental da atual sociedade brasileira, com seu sentimento de ódio e vingança; fundamentalismo religioso e extremismo, fez com que, entre outras coisas, tenha se escolhidos figuras, que, como diriam os mais antigos   não passam de “cavalos batizados” como seus representantes na Câmara e nos Senado Federal. Isso para não falar nas outras esferas, ou seja, estadual e municipal.

Coincidência ou não, os tarifaços de Donald Trump, também uma destas figuras, que têm ascendido ao poder pela “vontade das massas”, com traços de descontrole emocional, já está sendo chamado de Nero, outro imperador romano.

As atuais transformações geofísicas, como as alterações do polo magnético da terra, pelo que me parece, estão também a alterar as nossas estruturas psíquicas. De modo que o “lobo” que há em todos nós se aflora, e tal comportamento tem relação direta com o mundo civilizado ou o que restou dele.

Em outras palavras, não há tempo para se esconder a pele do lobo diante das condições em que todos nós já estamos em carne viva – nem mesmo o uso do “batom” na campanha pela anistia  dos presos pela tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, funciona como eufemismo -, é que o batom, nos diria Freud, é um símbolo escancaradamente fálico para bocas muito sedentas!

Por fim, e ainda nos lembrando de Roma em sua pior fase, Jesus Cristo foi assassinato no contexto da dominação romana. Mas há algo aqui para se acrescentar: no dia da sua morte ocorreu um fenômeno de natureza geofísica. Lembra?

 


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