Um punhado de realidade por uma cuia de farinha!




Por Gilvaldo Quinzeiro


Entre a realidade e a ficção não há um ‘punhado’ de separação! A cerca, que antes separava um do outro, caiu na primeira ventania de ontem trazendo consigo os ares dos novos tempos. Um novo tempo prenhe de si mesmo no curto espaço entre o fio dental e a boca de quem mais nada abocanha. Tudo se tornou o mesmo fio elétrico ‘descascado’ nas mãos de quem se acha conectado! Mas quá! Quer saber mesmo o que é a vida, meu filho? - então se disfarce de ‘carne viva’!

Cuidado com os urubus! Mas não prenda seus olhos no alto!

O serpentear entre o bem e o mal é cobra grande, e de duas cabeças! Uma pena para quem não sabe o porquê de as mãos permanecerem ocupadas, e do perigo da existência de tantas ‘varas curtas’!

Enfim, meu filho, não espere que os sapos engulam suas palavras. Entretanto, quanto aos homens não há duvidas de que estes engolem os sapos. Em terra de sapo ver um homem em pé é porque não restou mais nada! Tome cuidado! Uma leitura precipitada do mundo poderá disparar várias armadilhas.

A roda da imaginação foi substituída pela garantia de que as novas tecnologias poderão nos salvar da nossa solidão! -  a mesma promessa de que era melhor substituir do nosso prato quente, o lento frango caipira pelo apressado frango de granja – fomos todos devorados pela imediatidade dos alimentos! A fome agora é por um tempo para nos sentar sobre as palavras. As palavras, que ainda nos sustentam!

Tudo virou pão! O difícil é encontrar ‘alimento’!

Eu troco uma ‘geração de comedores de batatas fritas’ por um punhado de meninos cuja fome sacia com uma cuia da farinha de puba!

Pratão ou Platão? Soco ou Sócrates?



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