O 'barro antropomórfico' destas eleições

O
Por Gilvaldo Quinzeiro

A História é um bruto engenho das nossas convicções. Ao passar pelas suas engrenagens podemos sair na condição de ‘porcos ou calangos’, contudo, o que importa mesmo é assegurar as condições em que o pensamento emirja, e assim, poder repensar os rastros fincados na areia.

O Brasil, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, que ocorrerá amanhã, 28, vive a sua grande decisão. Talvez, a maior de toda a sua História, em virtude das peculiaridades da situação atual.

Entramos em trabalho de parto. Cada individuo sentiu à sua maneira a sua poção de dor. Alguns se sentindo mais em ‘carne viva’ do que outros. Mas, enfim, nada do que está acontecendo é sobrenatural, e sim, brutalmente humano! E como eu tenho falado, o ser humano é da ordem daquilo que pode se transformar em qualquer coisa.

E é pensando nisto, ou seja, naquilo que podemos vir a nos transformar, que, amanhã vou participar da votação, utilizando-me do mínimo de racionalidade que ainda me restou destes brutais dias de disputas!

Não foi fácil me manter sereno diante de tantas bordoadas, confesso.  Por muito pouco não me transformei numa serpente, porém, me mantive fiel ao meu cão – companheiro de todas as horas.

Por fim, marcho para as urnas amanhã, certo de uma coisa: “o barro” que nos torna homem não é só tão frágil, como é também o mesmo pelo qual os cães poderão perder a sua ‘paciência’ conosco, isto é, um grão de nada!

Assim, vejo que assegurar as condições de liberdade e da democracia seja racionalmente a melhor decisão. Por isso votarei naquele candidato em que o ‘barro antropomórfico’ é mais diversificado, e no qual me incluo. Votarei , portanto, em Fernando Haddad – 13!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A roda grande passando pela pequena

Os xukurú, e a roda grande por dentro da pequena...

Medicina cabocla