O retorno das coisas! Das múmias aos messias. O que está por vir?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Que o mundo está de cabeça para baixo, disso
não temos dúvida! Porém, não nos assustemos:
estamos diante da velha humanidade! Ou
seja, o que temos que temer é o bicho em que nos transformamos, e que agora
corre atrás de nós mesmos! Ainda bem? -
há algo mais revelador ou assustador do que isso?
Ao longo deste texto iremos nos
enveredar por atalhos e difíceis caminhos. Neste percurso iremos fazer paradas,
mas não para fazermos descanso – trata-se pois de táticas para driblar as assombrações,
que serão muitas! Mas, enfim,
acreditamos ter forças para ao menos nos colocar diante de impactante
questionamentos ...
Há poucos dias o mundo da
internet quase desaba com duas notícias potencializadoras de provocar ‘tsunamis
‘; duas notícias aparentemente e escandalosamente antagônicas! A primeira diz respeito à possível chegada do
Messias judaico, fato este que está sendo celebrado com festas entre os judeus
ortodoxos em Israel e no mundo! A
segunda notícia foi o grandioso desfile das 22 múmias egípcias, entre estas, reis
e rainhas do período em que os judeus viveram no Egito – algo digno de uma
festa na entrega de premiação do Oscar! Até aqui tudo bem! A questão é que tal desfile ocorreu quando os
judeus celebravam a sua Páscoa, ou seja, a sua libertação do Egito conduzida
por Moisés. Uma provocação?
Bem, é aqui a nosso ponto de
encruzilhada! E não há como sairmos
desse ponto sem uma profunda reflexão, aliás, como tudo que está a nos exigir à
nossa volta: reflexão! Tudo isso no meio de uma crise de dimensões planetárias,
como a crise sanitária provocada pela covid-19, que coloca uns de joelhos e
outros de cócoras! A Estamos diante de sinais apocalípticos ou face a face com
a natureza das coisas criadas por nós mesmos? Afinal estamos diante do retorno do quê?
Onde começa ou termina a
influência do Egito antigo na civilização judaico-cristã? Em que águas beberam
Abraão, Moisés e Jesus Cristo? O que estes viram e ouviram quando estiveram no
Egito? Quem foi Moisés?
Em seu ultimo livro “Moises e o
Monoteísmo “, Sigmund Freud, um judeus, cunha Moisés como sendo egípcio, e não
judaico. Freud parte do princípio de que
o nome “Moisés” seja de origem egípcia. Mas não para por ai. Para Sigmund
Freud, o monoteísmo pregado por Moisés teve sua origem no Egito antigo, mais
precisamente na 18º dinastia, no reinado faraó Amenófis IV.
Amenófis IV, ou Akhenaten, o
faraó herege como também ficou conhecido, após sua morte, teve sua face
alterada dos monumentos egípcios – uma tentativa de apagar seu nome da
história!
Podemos estar vivendo um momento
da história da humanidade onde tudo se bifurca? Sim! Este é o ponto do reencontro
da humanidade consigo mesma! É o próprio Sigmund Freud que fala: “toda novidade
deve ter suas preliminares e pré-condições em algo anterior(...)”.
Se estamos diante de uma espécie de
reencontro onde as ‘humanidades se revelam’ como sendo uma só, então, estaremos
diante também das nossas falhas; dos nossos deslizes e quedas. Este ponto
precisa de muita atenção, pois é aqui que mora as nossas preces e conclusões
apressadas, como por exemplo, as do pastor Ezequias Silva, da igreja Assembleia
de Deus de Belém, ao anunciar o ‘fim do mundo’, que ocorreria no dia 30 de
março – ele viu todo mundo sendo morto, exceto o próprio – o resultado foi o ‘fim’
das suas trágicas profecias?
O pastor se esqueceu de lembrar
que em um sonho por mais que este conte a ‘história de outrem’, ainda assim é a
nossa própria história, que neste está sendo bem representada por múltiplas faces,
braços, pernas e tentáculos...
Enfim, a humanidade que sempre escreve
por linhas tortas está agora pagando um preço pelos seus próprios trágicos
scripts - um retorno do recalcado ou dos seus fantasmas
como diria Freud? Eu acredito que sim! Porém,
isso não é para se comemorar como se fosse um alívio depois de se acordar de um
pesadelo. Ufa! Ou seja, conquanto, estejamos diante daquilo
que faz parte da nossa narrativa ou discurso, ou do mundo onírico -, problema é
que estamos diante das coisas cuja natureza
é da ordem do Mental, e este não
é outra coisa senão aquilo que realmente pode ser.... corra que o bicho é feito
e alimentado pelo nosso próprio barro – o nosso barro antropomórfico!
O fim é o que dermos a nós
mesmos!
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