Viva as mãos que fizeram o parto de um novo Brasil


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

O Brasil, que renasceu das urnas eleitorais, no segundo turno, domingo, 30 de outubro, sim, tem um dedo a menos!  Fruto dos sangrentos engenhos que já amputaram tantos braços e pernas! Por isso, como não poderia ser diferente, no meio de tantas indiferenças, seu parto, diga-se passagem muito sofrido, foi feito por escancaradas mãos nordestinas – as mãos das nossas misturas; as mãos das nossas raízes; as mãos das nossas benzedeiras; as mãos da nossa gente mais humilde, mãos que não negam uma xicara de café – por quais outras mãos este parto poderia ter sido feito?

 Eis a mais perfeita das rodas de capoeiras! Eis a mais belas das cirandas!

Somente para quem arrogantemente não gosta de se misturar; somente para quem arrogantemente ostenta as suas frágeis e falsas aparências em orações nas redes sociais; somente para quem arrogantemente se sente e se senta acima dos outros, o dia de hoje não é de poética alegria! Mas... é assim   mesmo, a casa-grande em sua palidez e arrogância nunca vai festejar e muito menos compreender os tambores que dançam a liberdade!

Viva o Brasil que nasce pelas mãos de gente que nunca deixou de ser gente, mesmo quando lhe foi ordenado que comesse capim!

Viva o Brasil que mesmo na sua divergência se uniu em prol das instituições democráticas!

Este é o Brasil que desejo a todos os brasileiros; um Brasil de todas as fés; um Brasil de todas as raças; um Brasil de todos os sotaques; um Brasil cercado por livros: um Brasil pleno de democracia!

 

 

 

 

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