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Mostrando postagens de agosto, 2024

Um banho de consciência?

 Por Gilvaldo Quinzeiro Se de fato não conseguimos banhar duas vezes no mesmo rio, conforme dissera Heráclito, a experiencia do viver, de se ter consciência sobre “as águas da vida”, não nos pode ocorrer de outra forma, senão em sendo peixe. Mas ser peixe apenas uma vez na vida, é pouco, é como efetuar um mergulho no rio, que só se constitui rio no seu vir a ser. Em outras palavras, a experiencia da tomada de consciência numa realidade complexa e não fixa, exige um acumulo e a somatória de experiencias de outras vidas, incluindo aquelas em que tivemos apenas na condição de “lama”? A experiencia de uma vida só, não nos tiraria da mera condição de bebês! Sigmund Freud, em experiência clínica com seus pacientes, descobriu o quanto estes não se davam conta da razão das suas queixas, posto que, seus motivos residiam na profundeza do inconsciente. E que a técnica psicanalítica consiste, de um certo modo, em trazer esta existência inconsciente para a consciência – tarefa absurdamente difícil,

Atenção! Todos precisamos prestar muita atenção!

Por Gilvaldo Quinzeiro O mundo, para dá “certo”, precisa de uma coisa cada vez mais rara em nosso tempo: da nossa atenção! Isso vale para os pastores, padres, pais, políticos, professores, produtores de conteúdos, profissionais do marketing, escritores, artistas, etc.  Sem atenção nada funciona: nem o semáforo ou os alertas meteorológicos! Atrair atenção, é algo caro! Exige manejo de técnica apurada. Ter atenção significa conquista, liderança, fortuna! Ocorre, entretanto, que à medida que nos tornamos imersos neste sedutor oceano de apelo midiático, onde a nossa atenção é isca e peixe ao mesmo tempo, perdemos o foco; nos cansamos, nos adoecemos – nos viciamos apenas! A falta de atenção é um problema de grandes impactos, inclusive financeiros! Os artistas sedentos por plateia começam a se queixar.  Parece que estes, os artistas, com exceção de Roberto Carlos, vêm sofrendo com a falta de público em seus shows.  Shows de grandes artistas têm sidos cancelados por falta de compradores de in

O diabo da nossa subjetividade é o avesso da realidade

Por Gilvaldo Quinzeiro Para compreendermos gravidade das guerras de narrativas como ponto de “costura” daquilo ousamos chamar de “realidade” ou “normalidade”, isto é, daquilo que podemos aceitá-lo, adjava-lo, subjetivá-lo ou subvertê-lo, é, tal qual a condição daquele Rei descrito no conto de Hans Cristian Andersen, que, não obstante, a sua completa nudez, imaginava-se estar luxuosamente vestido. Em outras palavras, estamos inseridos numa ordem de coisas cujos tecidos ou cuja costuras estão se rompendo. De sorte que o Rei/Realidade será por forças dessas circunstâncias Destronado? A questão central do nosso tempo é:  o que fazer com os falsos tecidos com os quais nos sentíamos vestidos? Ou o que fazer com os olhos que não mais contemplam a roupa do Rei? Ou ainda como esconder a nudez diante daquilo que sempre foi obvio? “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará “(João 8:32). Coincidência ou não, essa citação bíblica se tornou uma espécie de refrão na boca e nas línguas de todas

A morte, uma bailarina despida de traços A morte, uma bailarina despida de traços libidinosos?

Por Gilvaldo Quinzeiro Daquilo de que não se morre, também não nos faz falta! A vida é um prato cheio daquilo pelo qual devemos morrer. Paradoxalmente, não há como se ter noção da vida ou daquilo que imensamente nos fará falta senão pela boca! Sim, somos peixes fascinados pela vida! De sorte que não há como não ser atraídos pelas iscas! Não há como não se rasgar a própria boca no choque com a realidade! O que o dito acima quer nos dizer? Primeiro.  Aquilo no qual não nos serve para o investimento libidinal, é da ordem daquilo que também não se antropomorfiza, não se faz de espelho. Segundo.  Morre-se antes mesmo daquilo que convencionalmente se chama de morte. Morrermos de “pés juntos” quando não ousamos nos mover pela falta! Uma criança que, por birra, empurra o prato de comida mesmo estando com fome, está sob o efeito da funcionalidade da morte! Um jovem casal que, mesmo prenhe de desejo pelo outro, muda repentinamente de assunto perdendo de vista a “cena” que por si mesma se insinua

As tensões no Oriente Médio e o pão nosso de cada dia

Por Gilvaldo Quinzeiro   Se os dinossauros desapareceram por um brutal e improvável asteroide, imagine nós com milhares de armas de extermínio em massa apontadas para as nossas cabeças! Pois é, de ontem pra cá, com o assassinato do líder do Hamas, Ismail Hanieyeh, no Irã, o mundo entrou em compasso de espera: e agora o que pode acontecer? O líder supremo do Irã, Ali Khamonei, fez uma declaração contundente: é dever do Irã vingar a morte de Hanieyeh!  A questão agora é quando e em que nível será essa vingança! Estamos sim diante da possibilidade de uma escalada sem precedente do conflito do Oriente Médio. Não bastasse o perigo bélico em si, é por ali onde é escoado grande parte da produção mundial, incluindo a produção de petróleo! A morte de Ismail Hanieyeh não foi só uma agressão a soberania de um país, foi uma humilhação a inteligência e a defesa iraniana que não conseguiu proteger um hóspede, que foi convidado para a posse de Massoud Pezeshkian ao cargo de presidente do Irã. Entre o