A morte, uma bailarina despida de traços A morte, uma bailarina despida de traços libidinosos?



Por Gilvaldo Quinzeiro


Daquilo de que não se morre, também não nos faz falta! A vida é um prato cheio daquilo pelo qual devemos morrer. Paradoxalmente, não há como se ter noção da vida ou daquilo que imensamente nos fará falta senão pela boca!


Sim, somos peixes fascinados pela vida! De sorte que não há como não ser atraídos pelas iscas! Não há como não se rasgar a própria boca no choque com a realidade!


O que o dito acima quer nos dizer? Primeiro.  Aquilo no qual não nos serve para o investimento libidinal, é da ordem daquilo que também não se antropomorfiza, não se faz de espelho. Segundo.  Morre-se antes mesmo daquilo que convencionalmente se chama de morte. Morrermos de “pés juntos” quando não ousamos nos mover pela falta! Uma criança que, por birra, empurra o prato de comida mesmo estando com fome, está sob o efeito da funcionalidade da morte! Um jovem casal que, mesmo prenhe de desejo pelo outro, muda repentinamente de assunto perdendo de vista a “cena” que por si mesma se insinua, está sob efeito da operacionalidade da morte!


A morte nos empurrando pra morte!  Será isso o que genialmente   Freud chamou de pulsão de morte? Ou seja, a morte como uma força a serviço de si mesma?  Eis a bailarina a se insinuar no salão?


Seja lá o que for, eu me arrisco a pensar que a morte se “insere no tango”, se aproveita da sua sensualidade, porém, naquilo que poderia ser o seu ápice, como não pode se converter em sua outra face, a vida, obsta qualquer ir além da dança... Convertendo-se no calo no pé de um dos dançarinos; convertendo-se no batom mal intencionado cravado na roupa; convertendo-se num olhar castrador, espelho no qual se forja “medusa”!


Por fim, a morte não é um corpo num caixão funerário...libidinosos?


Por Gilvaldo Quinzeiro


Daquilo de que não se morre, também não nos faz falta! A vida é um prato cheio daquilo pelo qual devemos morrer. Paradoxalmente, não há como se ter noção da vida ou daquilo que imensamente nos fará falta senão pela boca!


Sim, somos peixes fascinados pela vida! De sorte que não há como não ser atraídos pelas iscas! Não há como não se rasgar a própria boca no choque com a realidade!


O que o dito acima quer nos dizer? Primeiro.  Aquilo no qual não nos serve para o investimento libidinal, é da ordem daquilo que também não se antropomorfiza, não se faz de espelho. Segundo.  Morre-se antes mesmo daquilo que convencionalmente se chama de morte. Morrermos de “pés juntos” quando não ousamos nos mover pela falta! Uma criança que, por birra, empurra o prato de comida mesmo estando com fome, está sob o efeito da funcionalidade da morte! Um jovem casal que, mesmo prenhe de desejo pelo outro, muda repentinamente de assunto perdendo de vista a “cena” que por si mesma se insinua, está sob efeito da operacionalidade da morte!


A morte nos empurrando pra morte!  Será isso o que genialmente   Freud chamou de pulsão de morte? Ou seja, a morte como uma força a serviço de si mesma?  Eis a bailarina a se insinuar no salão?


Seja lá o que for, eu me arrisco a pensar que a morte se “insere no tango”, se aproveita da sua sensualidade, porém, naquilo que poderia ser o seu ápice, como não pode se converter em sua outra face, a vida, obsta qualquer ir além da dança... Convertendo-se no calo no pé de um dos dançarinos; convertendo-se no batom mal intencionado cravado na roupa; convertendo-se num olhar castrador, espelho no qual se forja “medusa”!


Por fim, a morte não é um corpo num caixão funerário...

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