A mão que oculta a realidade das nossas cabeças: é assim que nos diriam os gregos na realidade em que só valem os anéis?
Por Gilvaldo Quinzeiro
A realidade,
espinhosa; o ego, uma mera “bolha
de sabão”. Nestas condições, porém, o que restaria ao ego na sua impossível missão de não se definhar ao mais breve
contato com os grãos de poeira, senão ascender a esfera do ilusório?...Ora, é
assombroso concluir que todo o mito tem
as suas raízes, conquanto, as suas
sementes não brotem em todos os solos. Mas isso não é o a lógica com suas probabilidades e
estatísticas? Então, o que não é ilusório, quando tudo da “realidade” nos é
também fantasmagórico?
Os gregos antigos intuíram sobre a travessia da “bolha
de sabão” ( o ego) e sua luta titânica para
vencer o estouro, criando as suas narrativas
que hoje, racionalmente chamamos de mitologia.
Se esta minha afirmação estiver correta (espero que não!), então todos os demônios desde
que o homem é homem fazem suas arruaças no estreito fundo de cada um de nós. E quanto aos deuses? Estes seriam oriundos de que raízes? Como
evitar que a nossa frágil existência tal qual a de uma bolha de sabão, não erige
também “a mão pela qual a bolha se esvai”?
Como negar que aqueles que agora se divertem com as chacinas que hoje já virou moda nas nossas cidades, a exemplo do que ocorre atualmente em São Paulo, não se sintam “os deuses” das nossas quebradiças
vidas?
Pois bem, não atentar para o fértil solo da mitologia,
inclusive a cabocla, é desconhecer que a
nossa vida não passa de uma farra no boca dos “bichos urbanos”. Ou será que a nossa
racionalidade ruiu como os templos erguidos para serem eternos na Grécia
Antiga?
Uma pena: nem tudo é realmente de concreto!
Comentários
Postar um comentário