O cheiro e seus segredos, uma reflexão sobre o sagrado
Por Gilvaldo Quinzeiro
Se repararmos bem a paisagem dos caminhos, a única coisa que
fica é o cheiro das coisas. Não das
coisas quaisquer, mas daquelas que nos
escapam, e por isso mesmo nos fixam o encanto! Destarte, a cruz que carregamos diariamente não deva
ser utilizada como empecilho para, quando na solidão das nossas noites escuras,
não nos agarrarmos ao cheiro que se
fincou no chão da nossa alma. Aliás, este é o chão que a rigor nos sustenta!...
Por falar em
sustentação, a árvore que somos se fixa exatamente na infância, solo
fértil, contudo, sem ausência de pedregulhos. É aqui onde todos “os cheiros” se
fazem de parteira, e, nós grávidos do vir a ser do cheiro das nossas mãos!...
Ah! Quantos caminhos e quantos cheiros desfeitos!
Quantos serão necessários se reerguerem para nos sentirmos com os pés no chão?
Isso tudo nos remete a uma reflexão sobre a natureza do sagrado. Não daquele sagrado pelo qual se
comercializa a fé, mas, das coisas simples que nos tornam também um Criador!...
Feliz Páscoa a todos!
Comentários
Postar um comentário