Para não dizer que não falei das coisas que já nos engolem


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

Uma coisa, no meio de tantas outras  pelas quais  perdemos alma, precisa ser dita: estamos mais “bichos”. Talvez a ideia de progresso a qualquer custo, esteja nos levando a perder a condição de ser gente, tal como estamos  violentamente perdendo o planeta Terra, em nome de um desenvolvimento que se mede pela quantidade de coisas produzidas. A violência nossa de todos os dias é o exemplo mais eloquente  de que a civilização não tem muito que comemorar!

Pois bem, as enchentes no Sudeste e a seca no Nordeste no mínimo devem nos chamar atenção para outra coisa: somos sobreviventes! E, assim sendo, é cômodo demais esperar que a tomada de consciência de tais coisas, se dê milagrosamente pela chamada revolução das mídias. Esta espera seria correspondente ao uso do fogo provocado pelas tempestades, até o homem queimar literalmente a mão para enfim, obter seu controle.

A questão é: temos mais tempo a perder? Ou será que amanhã, pode ser que não seja mais um novo dia?

Outro ponto a ser levantado é o seguinte: as mesmas condições que nos exigem que façamos e desejamos tudo com tanta  pressa e precisão  são as  mesmas que paradoxalmente nos pregam a bunda numa poltrona. Ora, a força da natureza nunca foi tão clara como agora: corra e proteja-se quem puder!

Em outras palavras, o nosso “bem-estar” nunca foi tão assustador. Quiçá, o  confortável seja  exatamente porque  de nada já não damos mais   conta.

Bom assim? Ou Assim se  está  sentado sobre uma bomba?

 

 

 

 

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