O homem e o sabugo, uma breve reflexão sobre a nossa crise de identidade
Por Gilvaldo Quinzeiro
O amanhecer dos nossos dias, já não se dá entre as mesmas “trempes”, e nem
as pegadas humanas são humanas só por
serem pegadas, logo, sem as referencias das cinzas e do
carvão, o homem desaprendeu como se
acende a fogueira. E assim sendo, poucas são “as sombras” das quais escapamos
sem ser por estas golpeadas.
Ora, o homem já não tem mais uma identidade, senão
aquela que está em crise. Logo, a pressa por uma “engenharia genética” nem assim,
é uma solução, posto que, o que nos falta é a matriz, o sentido pelo qual existimos...
Pois bem, este tal sentido ou esta tal matriz,
escafedeu-se numa destas “curvas” em que deixamos escapar o fôlego por muitas
destas coisas nas quais colocamos a nossa alma. Por isso, nestas condições, uma
comparação entre “o homem e um sabugo”, nunca teve tão grande aproximação. Com
uma diferença, o sabugo é parte de “um antes e um depois”; o homem só é “o
agora com seus olhos arregalados”!
Aliás, “o agora” não pertence a tempo algum, e por
isso mesmo, com este nosso “desraizamento”, os olhos arregalados é apenas um, entre tantos outros sintomas de um profundo mal-estar na
civilização, como talvez, nos diria Freud.
Quiçá que
nossos olhos na ponta dos espinhos, sejam compreendidos como ausências destes
em nossa face! Ao menos isso, não?
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