As coisas nossas de cada dia!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Este texto é uma reflexão acerca do sujeito e das coisas
do cotidiano. Da Fé de um lado, e do fanatismo
do outro. Da crise econômica, que
sustenta a nossa suja política. Das noticias, que os jornais não alcançam por não
serem ‘noticias’, aos fatos ainda em carne viva que inundam as redes sociais -
todos os santos dias!
Enfim, em que ‘diabo’ se transformou o sujeito a despeito das suas pereces? – algumas tão apressadas, quanto às coisas que nos escapolem, outras tão demoradas em meio a tão repentinas mudanças para as quais já não se têm mais joelhos!
Que mundo é este? De que realidade somos?
Vejamos então!
A semana passada, um colega me ofereceu uma carona, o que
de pronto aceitei. Mas eis quando me posiciono no banco do carro, vejo um
porrete! Perguntei-lhe intrigado, pra que isso amigo? Ele me responde: “estou
me preparando para uma guerra que irá acontecer”! E me justificou afirmando que
“o Brasil caminha para uma guerra alimentada pelo ódio religioso, à chegada dos
refugiados estrangeiros, principalmente sírios, aliado ao componente da crise
econômica e politica”! Ouvi tudo isso em silêncio, mas pensativo! Hoje estou a
digerir neste texto o conteúdo daquela conversa!
Soma-se ao que foi dito acima, outra questão que eu acabo
de tomar conhecimento, qual seja, hoje pela manhã ao abrir a página do
Facebook, leio uma postagem com vários comentários a respeito de uma
manifestação religiosa de uma determinada igreja da nossa cidade contra a
construção de uma obra já anunciada pela Prefeitura Municipal; a referida obra
é um Mirante Santuário de Nossa Senhora das Graças, e que deverá se constituir,
caso seja efetivada, num lugar de peregrinação para os católicos, bem como de
atração para os turistas. A manifestação
ganhou as ruas, e agora toma conta das redes sociais.
Segundo informações, a mesma Prefeitura construirá uma
Praça destinada aos Evangélicos, talvez já prevendo uma possível reação. Então
qual o problema?
Ora, se daqui pra frente à moda pega, então, qualquer que
seja a edificação de caráter religioso, independente de qual seja a igreja,
poderá receber manifestação em contrário – por que não? A questão que eu coloco
é: o que legitima tal manifestação, quando em se tratando de Fé, não há uma
melhor do que outra? Ou há?
No tocante a questão dos refugiados, trata-se de uma das
maiores catástrofes da atualidade. O
mundo assiste ‘calado’ o drama de milhões de pessoas que, por questões de ordem
política, econômica, climática, inclusive religiosa, deixam seus países de
origem.
O fato é que o mundo se encaminha para um cenário
apocalíptico. É claro que isso ‘agrada’ a fé de uns, haja vista ser tal
cenário, o cumprimento das suas profecias (?).
Por fim, milhões de pessoas, entre estas crianças, estão mesmo a
depender da boa vontade dos homens, incluindo aqueles cujas mãos estão prontas
para a construção de muros!
No que concerne a crise econômica e política, esta tem servido
de ‘alimento’ a tantas máscaras e magoas. O pior de cada um de nós se aflora, e nos
afunda na barbárie. Entre nós há quem
não seja mais, um de nós!
Mas, voltando ao caso do “porrete”. Deus que me perdoe,
mas as “marchas” em curso poderão nos apontar caminhos alheios, inclusive em
relação à Fé! Outro dia, uma pastora fez
questão de filmar um “ato religioso” no qual destruiu com tanto “ódio”, a
imagem de uma santa! O seu ódio era tanto que eu duvido que algum bem ela tenha
feito.
Enfim, armam-se os espíritos! Afiam-se as línguas e os
dentes. Marcham-se os exércitos. Estreitam-se as fronteiras.
Abundam-se as coisas do cotidiano, secam-se os sujeitos sem
seus significados. Misturam-se penicos e
seus conteúdos. Há o desgaste das palavras!
Vivemos, pois, uma
crise de identidade.
Já pensou se a existência de Deus dependesse das velhas
ou das novas religiões?
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