A metáfora do desejo e da sedução




Por Gilvaldo Quinzeiro


O desejo é um cavalo cego esbarrando de porta em porta. De sorte que, quando uma destas se abre, eis que aquele cavalo, o desejo, hesitará em entrar, e seguirá em frente com a sua missão errática: desejar sempre!

O dito aqui implica em duas coisas. Primeiro, o desejo por si só, não visa a sua realização, pois, se tal fato acontecer, o mesmo já não seria mais desejo – e, sim, um cavalo sem suas patas. Segundo, para este ‘cavalo’, o desejo, falta-lhe a visão de um cavalheiro. É este que, enfim, com decisão, sabedoria e discernimento baterá e entrará por uma destas portas mantendo o cavalo são e salvo.

Já a sedução é uma espécie de cavalheiro desajeitado que, não sabendo para onde fica a cabeça do cavalo, posa de ‘dono de si mesmo’. Não sabendo aquele quão caricato o é -   ser-lhe-ia melhor gastar às suas poucas energias, não com os adornos da montaria, e sim domando o  seu ‘cavalo interior’.







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