O graveto, a fogueira e os fantasmas
Por Gilvaldo Quinzeiro
Então você quer saber “com quantos paus se faz uma fogueira”?
Pois é... Eu vou lhe ensinar mais do que isso, ou seja, eu vou lhe ensinar como
se deve manter acesa uma fogueira.
Calma, caro leitor! Eu estou brincando! Pois eu também sinto
quão é escuro e cru os nossos dias.
Enfim, o quanto é importante poder se livrar da escuridão!
Pois bem, eu comparo uma fogueira, as nossas conquistas
diárias. Saber valorizar as pequenas conquistas é tão importante, quanto manter
do lado, o tempo todo, os gravetos com os quais as fogueiras são e se mantêm
acesas.
As pequenas conquistas são como gravetos após acesa a fogueira.
Quem deles ainda se lembram? Porém, eis o risco de a escuridão voltar à medida que
esquecemos como manter a fogueira acesa. Assim também serão as ameaças à
sequência das conquistas, uma vez que estas são constituídas de detalhes; de temperos;
de ‘mungangos’, enfim, esquecer destes detalhes é não mais saber como e para
que servem os gravetos.
As noites e os dias poderão ser iguais, se se não aprendermos
a lidar com os ‘bichos’, que nos atormentam também quando faz sol. Em outras
palavras, de nada valerá o sol se permanecermos às escuras e fugitivos em face
dos fantasmas que não derrotamos na noite passada.
Cuide bem dos seus gravetos! Assim, as noites não nos
pegarão de surpresas! E quanto aos fantasmas? Bem, estes também são feitos dos
mesmos ‘paus’ com os quais esquecemos dos gravetos.
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