Entre a cobra e a águia
Por Gilvaldo Quinzeiro
Queira ser uma ‘cobra’, se se nunca lhe despertou o desejo
de ser uma águia, porém, não viva se queixando da condição de uma vida inteira
com o bucho no chão, e de não poder olhar para cima – lá do alto onde a águia
confortavelmente a tudo contempla!
As escolhas deveriam
ser sábias, mas os impulsos são os que ganham asas ou pernas quando as
condições, ainda que momentâneas, nos fazem escapar o chão.
Uma águia não pode gabar-se de nada, conquanto, nas
alturas, pois, a sua comida, ora se rasteja nas traiçoeiras estepes, ora se
oculta no oco das pedras.
Um caçador, ainda com fome de três dias, deve manter-se
sereno, se passando pela caça, se possível, e, quando no momento decisivo, não
ter que se arremessar com a própria flecha.
No final, não importa os motivos porque cada um é porco ou
formiga; cabra ou lobo, em quaisquer que sejam as condições, estaremos diante
de nós mesmos!
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