A conjuntura e a descompostura



                   
Por Gilvaldo Quinzeiro



É claro que o novo Presidente ainda não tomou posse. Há que se esperar pelo acontecer das coisas. Entretanto, já é visível o seu atordoamento (?). Quase uma espécie de “onde eu vim amarrar o rabo da burra”. Um acordar tardio para a complexa realidade brasileira – será? Sinal de que “jogou uma manga verde para colher a madura” – será?

O retorno dos médicos cubanos, em virtude da “fala ameaçadora do Presidente eleito”, é no mínimo algo a se lamentar, especialmente por parte da população mais desassistida, a mesma que antes era atendida pelos médicos cubanos.

Falar em mudança no Brasil, dando sinais de prescindir das relações dos países, com os quais o Brasil teve boas relações, como é o caso de Cuba, é no mínimo perder de vista o contexto da política externa e sua formatação na atual conjuntura mundial. E mais do que isso, é desconhecer a gravidade da situação interna, principalmente, no que tange a área da saúde (?).

Temos médicos em quantidade para atender a demanda, isto é, nas regiões nas quais trabalhavam arduamente os médicos cubanos? Sim, é provável que sim. Porém, quem estará disposto ir àqueles rincões? Quanto tempo levará até que a situação se resolva? E a população, que já sofre nas filas dos hospitais, pode esperar?

Bem, este problema que ao menos poderia ser evitado, é claro que sim, agora cai como uma bomba no colo   do Capitão!

Há que se esperar do Capitão, não as palavras, que desagregam e amedrontam; incentivam atitudes outras, e que fogem do contexto civilizatório, mas, sobretudo, a sua atitude e capacidade de perceber a nossa real situação, e apontar as soluções. Ele agora é o Presidente!

Os problemas do Brasil são por demais desafiadores.  O combate ao mosquito aedes aegypti, por exemplo, até agora nunca foi eficaz. Imagine, então, se combater gigantes e monstros, tais como a corrupção, a violência, entre outros. Não foi esta a principal promessa de campanha do Presidente eleito, ou seja, de combater estes monstros? Esperamos para ver!

Que a conjuntura atual sirva de releitura e aprendizagem.


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