O estranho espelho dos novos tempos!



Por Gilvaldo Quinzeiro




Bem, os novos tempos são tão difíceis e estranhos, quanto um “jumento falando na praça aos transeuntes”, isto é, não se sabe quem é o mais burro, se os que falam ou os que se calam. Contudo, o mais estranho é como de uma hora para outra, a racionalidade se tornou tão puída, e sem alcançar às profundezas das grandes questões!


Das linguagens, a única não corrompida, é dos sonhos, falta-nos, porém, quem os interprete! A propósito, nestes dias, vi como nunca, tanta gente recorrendo a Sigmund Freud (1856 -1939) numa volúpia para dar explicações ao ‘desmanche’ de todo um quadro tido antes como civilizatório. Ora, este é o paradoxo de toda civilização – matar o que lhe convém, e ressuscitar o que lhe proverá de luz, conquanto, este também tenha sido morto nas mesmas condições de escuridão de agora.   Ocorre, entretanto, que Freud à sua época, teve a coragem de ir ao seu próprio inferno, o que contrasta hoje com que ninguém queira deixar a sua zona de conforto! Por isso, estamos hoje acuados no meio de tantos fantasmas!

Quantos não estão a desejar a provar o tampo da própria pele?

Como eu já tenho dito, quem nada entender de Mitologia não saberá como se sentar à mesa junto com os outros bichos – esta é uma das marcas desses estranhos tempos!

Portanto, em tempos difíceis e estranhos, reconheça-te naquilo que o outro regurgita. E na dúvida, ouça o silêncio, pois, o outro pode também ser revelado em um grito abafado pela tua boca!

Ufa!



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