As eleições para a escolha do 46º presidente dos Estados Unidos e os contornos do processo civilizatório
Por Gilvaldo Quinzeiro
Ganhar ou perder. Ganhar e não menosprezar o derrotado.
Perder e saber reconhecer a vitória do vencedor. Mais do que polarizar,
problematizar. Mais do que falar, também saber ouvir. Mais do que viver,
conviver, e com todas as diferenças. Mais do que ter poder nas mãos, que podem
ser ágeis ou trêmulas, saber governar... gerenciar... Tudo isso só é possível dentro do campo
democrático! Não há outra forma de governo que contemple mais o humano naquilo
que em que este também é diverso, senão na democracia.
As eleições para a escolha do 46º presidente dos Estados
Unidos, mais do que testar a democracia norte-americana, irão também servir de
sinais e medidas para traçarmos um esboço do que restará do velho mundo que,
ainda em trabalho de parto, faz com que sejamos suas dores e contrações. Porém,
mais do que isso, as eleições presidenciais dos Estados Unidos servirão de
parâmetros para sabermos se ainda somos homens, o que é bem provável que já não
somos.
Ver o presidente Donald Trump, que possivelmente poderá
passar para a história norte-americana como um dos poucos presidentes que não se
reelegeu ( nos últimos 100 anos foram 4), e isso já nos diz muita coisa, anunciar-se
vencedor antes do termino das apurações, ao mesmo tempo em que desconfia do
processo de votação e apuração daquela que é ‘invejada como o bastião da
democracia’, isso soa como o rufar dos tambores para uma guerra, que, seja em
que nível for, é por si mesma reveladora do quanto aquela sociedade, a
norte-americana, estará gestando tempos de reais instabilidades – uma fenda para o surgimento,
talvez, de uma outra potência, essa não mais, na América ou Europa ou até mesmo
para o surgimento de uma outra ‘coisa’
jamais vista! Tudo isso, enfim, está em jogo neste momento.
Ver os apoiadores de Donald Trump tomando as ruas de algumas
cidades norte-americanas armados de rifles e fuzis, isso nos faz lembrar que há
155 anos, está mesmo sociedade terminava uma guerra em que o Sul e o Norte dos
Estados Unidos se dividiam entre os que eram a favor da escravidão e os que
eram contra. Diga-se de passagem uma das mais sangrenta guerra já travada em
solo americano! Afinal, o que é que não está em jogo nestas eleições?
O que podemos esperar? O que e com quem devemos comemorar os
resultados das eleições dos Estados Unidos? Como se comportarão os derrotados?
Como agirão os vitoriosos?
Enfim, as eleições para a escolha do 46º presidente dos
Estados Unidos poderão ter algo mais, tal como um jogo de cartas, que sempre
tem o que o olho comum não consegue ver. Ouça quem ainda têm ouvidos! Veja quem
ainda têm olhos abertos!
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