A distância geopolítica entre o Brasil e a Ucrânia
Por Gilvaldo Quinzeiro
A distância entre o Brasil e a Ucrânia é em torno de 11 mil
km e alguns ‘quebrados’ – em voo cerca de 23 horas. Mas em geopolítica o que isso
tem a ver? Bem, em matéria de política é aqui que as distâncias entre estes
dois países se encurtam. Em comum: dois governos de extrema direita. Quer mais?
No auge da febre bolsonarista no Brasil era comum ver entre
os seus seguidores o uso de algum símbolo ucraniano. Por exemplo, “os 300 do Brasil”, grupo, que
pregava a desobediência civil e liderado por Sara Winter (lembram?), e que passou
dias acampados nos arredores da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O citado
grupo além de defender a “ucranização do Brasil” utilizava nas suas
manifestações símbolos ucranianos, incluindo de extrema direita. Ou seja, há entre nós quem nos deseje ser a ‘imagem
e semelhança’ da Ucrânia atual. Mas quem é mesmo a Ucrânia?
Ex-república soviética, hoje com cerca de 42 milhões de
habitantes, a Ucrânia é o segundo maior país europeu em dimensão territorial, só
perdendo para Rússia. Possui hoje um
governo considerado de extrema direita e pró Otan.
Desde o fim da União
Soviética, a Ucrânia tem sido visto como uma ‘porta de entrada’ para a influência
do Ocidente (ver política dos Estados Unidos), numa espécie de ‘asfixia’ a Rússia,
e por isso tal atitude é recebida como sendo uma
ameaça aos interesses do presidente russo Vladimir Putin, hoje considerado por
muitos, “o novo czar”.
Diante disso, e como
era o esperado, as tensões por lá têm aumentado. Ou seja, a Ucrânia se tornou hoje o centro das atenções do mundo
diante de uma possível invasão russa em represália aos que os russos chamariam
de “avanços da Otan na região”.
As tensões naquela região ameaçam colocar o mundo num
conflito em escala global ou no mínimo reacendem os velhos conflitos da guerra
fria.
De viagem marcada em
fevereiro para a Rússia, Jair Bolsonaro terá, desta feita, “encurtado as nossas
distancias”. O que esperar desse encontro?
O presidente dos Estados
Unidos, Joe Biden, mergulhado inteiro nas tensões na Ucrânia, em declarações já
feitas, pediu uma “resposta forte” do Brasil frente a situação.
Será? Ufa!
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