A violência nas escolas. A ponta do iceberg?


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

 

Mais uma tragédia.  Desta feita foram 4 crianças mortas e 5 feridas. Um homem de 25 anos, armado de uma machadinha invadiu o pátio de uma creche, no horário do recreio atacando as crianças. O fato aconteceu na manhã desta quarta-feira, 5 de abril, na cidade de Blumenau, Santa Catarina. O suspeito se entregou a polícia local. O caso segue em apuração policial.

 

Na semana passada, a professora Elizabeth Tenreiro, 71 anos, foi morta depois de ser esfaqueada por um aluno dentro da escola Thomazia Montoro, São Paulo, onde trabalhava, e, após este fato, houve uma explosão de tentativas de invasões a escolas em vários estados do Brasil, inclusive   na zona rural de Caxias, 2º Distrito, quando um aluno, segundo mensagens veiculadas nos grupos de WhatsApp, armado de uma espingarda ameaçou matar um colega.

 

Até quando? O que ainda estará por vir? O que se pode falar? Primeiro:  vivemos numa sociedade mentalmente doente. Segundo:  tais fatos não são eventos surpresas, pelo contrário, trata-se da ‘erosão’ de uma sociedade que só se lembra de  ‘tapar os buracos’ no período das enchentes.  Terceiro:  as medidas adotadas até aqui têm um caráter paliativos, e só empurram para frente o buraco em que todos nós iremos cair. E a pergunta será sempre a mesma: de quem é a culpa?

 

Tratar a nossa sociedade como um organismo doente já seria para início de conversa, uma radical mudança. Mas, isso por si só não resolveria o problema. Seria apenas como avistar a ponta do iceberg. Há muitos mais ‘fantasmas’ a emergirem...

 

E aí?  O que fazer? Como fazer? Quem fazer? É aqui que o bicho pega! Não há, pois, um remédio eficaz e rápido para essa questão. Este é mais um grave problema, entre tantos outros que vem sendo postergado pela sociedade, que não tem tempo para cuidar dos seus calos e feridas. Principalmente das feridas da alma!

 

De uma sociedade complexa como a nossa, não se pode esperar soluções simples e nem da noite para o dia para os seus problemas! Acumulamos feridas; subestimamos os seus sinais, e agora estamos diante dos seus tsunamis!

 

É preciso se criar um grupo multidisciplinar para se avaliar o problema e apontar as soluções possíveis a curto, médio e a longo prazo.

 

Há que se encontrar uma proposta pedagógica que, para além dos currículos, que valorizam as aprovações nos vestibulares e ao acesso ao mercado de trabalho – que contemplem o aluno em suas idiossincrasias; promovendo-o ao encontro consigo mesmo.

 

Há que se pensar numa política de saúde pública, que vise cuidar da saúde mental dos alunos, dos professores e dos familiares.   

 

 

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