E a inteligência artificial, hein primo?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Pois é, primo, eu ainda nem deixei de engatinhar em relação
a muitas coisas, inclusive ao uso das mãos…
A inteligência artificial, primo, a despeito de todas as
suas vantagens, poderá colocar os humanos no lugar nada invejável, porém seguro
ao caos que tende a se instalar (em padrões tecnológicos) em um curtíssimo prazo: das minhocas! Como assim? Não é para os
humanos estarem em lugares mais elevados? Calma!
Qual a diferença entre o processo evolutivo, como por
exemplo, o domínio do fogo, que deu aos humanos um salto à frente, e este agora
anunciado com tanto estardalhaço? A resposta não poderia ser de outra forma,
primo, senão pelo viés metafórico: o domínio do fogo a despeito das nossas mãos
inquietas nos pegou com a bunda no chão, e, passamos, por conseguinte a dominar
também a cabeça. Com a inteligência artificial, entretanto, perderemos a
cabeça, e, se bobearmos, também a bunda! Simples assim? Não. De jeito algum!
Ainda poderemos continuar acreditando que estaremos no controle! O que mais nos
restará?
Em outras palavras, estamos nos distanciando cada vez mais
das condições em que, como disse uma certa vez Protágoras, " o homem é a
medida de todas as coisas”. Ou seja, à medida que desenvolvemos sofisticadas
ferramentas estas não só tornam obsoletas as ferramentas anteriores, como
também os seus criadores. Tornar obsoletos os seus criadores é
"enferrujar" os seus conceitos e sua visão sobre o mundo. Quiçá, o próprio
mundo...
Alavanca e o ponto de apoio de Arquimedes não o tornariam
seguro em um mundo cada vez mais escorregadio e “líquido “como o nosso. Mas não
ria de Arquimedes, primo! Mas ridículo estamos nós ao procurarmos a todo custo enfiar
a cabeça em qualquer buraco feito minhocas para fugir do caos!
Amém?
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