Israel X Ramas: a fé, as armas ou razão no caminho da paz?


 

Por Gilvaldo Quinzeiro

 

A questão do conflito iniciado sábado, 7, entre Israel e Ramas, e que já vitimou até hoje, na manhã desta terça-feira, 10, 1.670, é mais complexa. Exige um robusto esforço intelectual e uma gigantesca coragem política para a sua compreensão. Isso para início de conversa...

 

Infelizmente, para espanto de muitos, a roda do mundo não obedece aos nossos narcísicos espelhos – ainda bem! De sorte que, aquilo pelo qual hoje nos esmagamos, não valem os nossos joelhos feridos. Se se tudo fosse como romantizamos ou se fosse como da perspectiva dos nossos olhos embaçados pelos nossos interesses e paixões, não haveria neste exato momento quem esteja pedindo “pelo amor de Deus” para ser repatriado da Terra Santa!  O quê?

 

As cenas horripilantes provocadas tanto pela invasão do grupo Ramas ao território de Israel ou pela contraofensiva israelense em Gaza, nos expõe a verdadeira face da humanidade a despeito da fé, do fervor religioso de quem quer que seja. Ufa!

 

Aliás, por falar em fé, o Ramas não é um grupo laico, pelo contrário, é um grupo extremamente religioso. Fundado em 1987, ainda no auge da guerra fria. E, o ‘temor comunista’ (de volta hoje?) levou as autoridades locais, inclusive israelenses, a permitirem que o referido grupo, o mesmo que estuprou mulheres e sequestrasse crianças em solo de Israel, se enraizasse. Ao fazerem isso, entretanto, enfraqueceram um outro grupo da Palestina, o Fatah, este sim, laico. Meus Deus?

 

Aliás, por falar em fé, os bombardeios israelenses em escala cada vez mais crescente em Gaza, já destruíram várias mesquitas! Não acredito!

 

E assim segue a velha humanidade desde à época dos sumérios, dos egípcios, dos gregos e dos romanos -  justificando a matança em nome do “bem”, da “verdade”, da “fé” e de “Deus”!

 

Por fim, concluo: o caminho da paz, não é necessariamente o da fé, e muito menos o das armas, mas o da razão. A criação do Estado Palestino ao lado do já criado Estado de Israel é, antes de tudo, uma decisão de uma robusta racionalidade, bem como de uma gigantesca coragem política. Infelizmente, no atual momento, estamos todos vergonhosamente despidos destes dois valiosos tecidos!

Amém?

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