Uma reflexão quase freudianamente sobre as guerras


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

Uma guerra seja esta feita por quais motivos forem, é uma puta constatação do fracasso dos nós civilizatórios! E o fracasso dos nós civilizatório é mesma coisa que freudianamente falando, constituir, “ a perca do controle dos esfíncteres”! Trata-se, pois, nestas condições, do desabotoar, do afrouxar do bruto animal reprimido ao longo do nosso processo civilizatório!

Uma nova guerra, nova naquilo em que, das outras nada se aprendeu, como esta que hoje entra em seu 5º dia, Israel e Ramas, é o retorno do pior que há em nós, seja nós ‘palestinos’, ‘israelenses’, ‘muçulmanos’, ‘judeus’, ‘cristãos’, enfim....

O dito acima é uma introdução a um breve texto que, pelo seu teor, é desaconselhável aos menores de idade ou os apegados a alguma paixão, em especial a de cunho religioso.

Pois bem, entramos hoje para o 5º dia da guerra entre Israel e Ramas. Mais de 2 mil mortos. 200 ataques israelense em Gaza só nas primeiras horas desta quarta-feira, 11.

E olhando as chuvas de bombas caindo dos céus da Terra Santa, enquanto no solo ensanguentado da mesma terra (santa?), corpos estraçalhados   de crianças, homens e mulheres que, horas antes se encontravam  no colo das suas mães, ou rezando em suas sinagogas ou em  suas mesquitas, ou alhures jazem, passando a fazer parte da fria   lista dos milhares de mortos de um conflito, que se arrasta por mais  de 70 anos sem nenhuma solução, então, eu fico a imaginar que os homens, mesmo implorando de joelhos, não desejam tanto a mão de Deus, mas o  seu ‘falo’!

Ora, nas guerras, há, de um certo modo, um soluço orgástico no peito daqueles que tomado pelo ódio matam em defesa não mais de suas convicções religiosas ou políticas, uma vez que estas, em certas circunstâncias já se diluíram -, mas em defesa dos seus próprios corpos. O corpo é o objeto preferido das mentes e máquinas dos que fazem as guerras!

Vejamos, o que ocorreu sábado, 7, com a incursão do grupo Ramas em território israelense. De cara, 260 corpos foram varados por balas - eram jovens e sarados corpos dos que frequentavam o ‘universo paralelo’ – há poucos quilômetros das mãos inimigas. Isso sem falarmos nos estupros de mulheres...

Na Faixa de Casa, na contraofensiva israelense não são só as estruturas de cimentos a serem atingidas, mas, sobretudo os corpos; corpos de crianças, mulheres, enfim... É Eros invertido, Thanatos , se alimentando de sangue... até quando?

Por fim, me pergunto olhando para o aparelho de TV: Picasso pintaria o quê? Freud explicaria o quê? Nietzsche mataria o quê? Todos estes foram homens sentados na merda do seu tempo – e, hoje, qual o tamanho e a composição da nossa?

 

 

 

 

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