Natal: em Belém?

 

Por Gilvaldo Quinzeiro

Hoje em Belém, na Cisjordânia, não há Natal! Todas as comemorações alusivas ao nascimento de Jesus Cristo foram suspensas. Os bombardeios israelenses em cursos desde o dia 7 de outubro na Faixa de Gaza e região adjacente destruíram também as festividades. Há sim, um presépio improvisado feito dos escombros da guerra, sobre os quais repousa um menino vestido de trajes palestinos – o menino Jesus!

Em suas orações ontem, 24, na Missa do Galo, o Papa Francisco disse: “nesta noite, o nosso coração está em Belém, onde o príncipe da paz ainda é rejeitado pela lógica poderosa da guerra, com estrondo das armas que ainda hoje o impede de encontrar alojamento no mundo”.

Se se Jesus tivesse vindo ao mundo no exato dia de hoje, ele, e outras milhares de crianças palestinas cujas mães morreram e continuam a morrer em face da guerra - não encontraria “Belém”, apenas escombros de corpos!

É estranho que os mesmos que se dizem preparados para à volta de Jesus, não consigam se sensibilizar com os gritos de socorros das mães palestinas! O que Herodes faria?

É estranho que os mesmos que dão carta branca para os israelenses defenderem “suas terras”, não veem nos indígenas e quilombolas os mesmos direitos!

É estranho a fila quilométrica dos que se acotovelam para entrar nos céus!

É estranho tanta gente se dizer do bem... é estranho...

Bem-vindo ao mundo onde, na melhor das hipóteses não encontraremos alojamentos! Pois, o pior mesmo é não poder encontrar útero do qual nascer!

Feliz Natal?

 

    

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