Da série psicanálise & provocações (III)


Eros, este filho de uma puta?

Por Gilvaldo Quinzeiro 


1 - Eros , do erótico , do erotismo, é a “cachaça “ presentes nas queixas de todos os humanos quando vão consultar  aos altares, aos  padres, aos  pastores, aos gurus, as cartomantes e aos analistas .


2 - Eros, aquele que nunca se torna adulto, é filho de Afrodite (deusa do amor) e Ares ( deus da  guerra), o coração e o fígado respectivamente.


3 - Amar é se equilibrar o tempo todo numa corda bamba, sacudida por dúvidas tempestivas ouvidas de dentro ( de nós mesmos) quanto de fora ( dos outros).


4 -  Amar é quase um morrer no afã de, com o nosso amor,  deixar o outro vivo, quando este também não morre.


5 - Não ame , pois, nada que em você mesmo não apalpe!


6 - Mas , não  esmague nem a si e nem o outro num gesto de carícias.


7 - Lembre-se da natureza ambígua de Eros: a linha entre devorar e ser devorado é muito tênue!


8 - Eros, quando puxa ao pai, Ares, costuma  inventar conflitos, fazer tempestade num copo d'água…


9 - Eros, quando puxa a sua mãe, Afrodite, costuma  enfeitar , fantasiar  demais… cair  de quatro ao primeiro olhar… Ufa!


10 - Contudo, da flecha de Eros, que são duas, uma de ouro e outra de chumbo - daí a toxicidade das relações - ninguém escapa!


11- O próprio Eros feriu-se ao ver a  psiquê!


12 - Daí a necessidade de um olhar atencioso,  mas distanciado, imparcial ,  do  analista para aparar as arestas entre os amantes.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A roda grande passando pela pequena

Os xukurú, e a roda grande por dentro da pequena...

Medicina cabocla